
Não compreendam mal o título deste texto. É que eu acabo de ler uma
matéria no Globo online contendo a seguinte frase sobre um filme patrocinado pela Fioruz: "Documentário é claramente a favor do aborto".
A imprensa faz isso com
frequência: distorcer as informações que têm relação com o tema aborto. Vejamos no caso da Jandira Feghalli, uma conhecida ativista, por exemplo. Na
reportagem do jornal O Globo do dia 18 de setembro, vemos a seguinte frase: "A candidata também negou que tenha defendido o aborto".
Para começar, essa é uma prática comum na imprensa: negar para afirmar. Para difamar um político, é só publicar: "Fulano nega ter desviado dinheiro". Sua imagem é destruída sem contar nenhuma mentira, bastando perguntar-lhe se ele desviou dinheiro. Em segundo lugar, eu ainda não conheci uma pessoa que fosse a favor do aborto.
A prática é violenta e traumatizante. Mas possivelmente é menos traumatizante do que abandonar um filho num orfanato ou, como acontece muito por aí,
no lixo. É importante educar a população e fornecer métodos contraceptivos para evitar a gravidez indesejada, mas ela nunca vai deixar de acontecer por completo.
Dados do Instituto Alan Gutmacher informam que um milhão de abortos são realizados ilegalmente por ano no Brasil com centenas de mortes relacionadas a abortos feitos sem as condições necessárias. Portanto, é absolutamente necessário descriminar o aborto e é isso que os ativistas defendem, e não a prática do aborto em si. É uma questão de humanidade e de saúde pública.