Uma coisa que confunde os eleitores brasileiros é o voto proporcional. Existem três cargos legislativos que utilizam esse sistema para definir os eleitos: deputado federal, deputado estadual e vereador. O voto para senador é majoritário, ou seja, ganha quem tem mais votos.
Talvez essa seja a grande dificuldade do brasileiro: entender por que um deputado mais votado pode ficar de fora, enquanto um menos votado acaba eleito. A explicação é simples, mas vai de encontro à cultura política do país.
Em primeiro lugar, o eleitor não vota no candidato.
Vota no partido ou coligação. Ou seja, a primeira coisa que é feita com os votos dos eleitores é a soma de todos os votos que foram para o partido ou coligação. Esses total contempla os votos nas legendas e os votos nos candidatos. Então descobre-se quantos deputados ou vereadores o partido ou coligação elegeu a partir do quociente eleitoral, ou seja, o número total de votos válidos dividido pelo número total de vagas.
Isso significa que um deputado pode ser muito votado e, ainda assim, não entrar porque seu partido não recebeu o número suficiente de votos.
Em seguida, verifica-se, em cada partido ou coligação, a colocação dos deputados, do mais para o menos votado. Se o partido ou coligação tem direito a seis vagas a partir do número total de votos recebidos, elegem-se seis candidatos, mesmo que o último deles tenha poucos votos.
Este sistema chama-se "
lista aberta", em que o eleitor faz duas escolhas em apenas um voto: qual o partido que deseja que o represente e, dentro deste partido, qual o candidato que condiz com sua opinião.
Para mim, este ainda é o melhor sistema. O que falta é explicar e educar o povo, que acaba por votar em um candidato e eleger outro sem saber que, na verdade, está votando num partido.