Analisando as pesquisas sobre as eleições para a prefeitura do Rio de Janeiro pelo Ibope e pelo Datafolha, a história não é bem essa. O Ibope mostra o candidato Marcelo Crivella (PRB) em segundo oscilando desde julho com crescimento de um ponto entre as duas últimas pesquisas, enquanto Fernando Gabeira (PV) disputa a terceira posição, tecnicamente empatado com Jandira Feghali (PC do B) (10% a 9%). A última pesquisa foi divulgada no dia 27 de setembro.
Na véspera, o Datafolha divulgou uma pesquisa mostrando Crivella tecnicamente empatado com Gabeira, que tem uma tendência exponencial de alta com a aproximação do pleito, e com Jandira, também em queda, os três disputando uma vaga no segundo turno.
As diferenças entre as pesquisas dos dois institutos estão muito além das margens de erro. E o que está em jogo nessas pesquisas? A questão de para quem vai o voto útil. Se julgarem o Ibope correto, os anti-crivellistas optarão por Eduardo Paes (PMDB), já que nenhum dos outros adversários teria condição de tirá-lo do segundo turno. Caso confiem no Datafolha, Gabeira é o candidato desses eleitores, podendo disputar o segundo turno com Eduardo Paes.
Nos gráficos abaixo, fiz projeções exponenciais, método que intuitivamente me pareceu mais próximo da tendência atual, e o que vemos é que, pela pesquisa do Datafolha, Gabeira disputará o segundo turno, enquanto pelo Ibope, Crivella está garantido na fase final do pleito.


Como sabemos que muitos eleitores decidem-se com base nas pesquisas, podemos questionar: será que os institutos não têm um poder excessivo sobre o resultado final do pleito?