Quando na segunda temporada de
24 horas David Palmer apareceu como presidente, achei até graça. O mundo acabaria antes dos estadunidenses elegerem um presidente negro. Permaneci com minha opinião durante as primárias e até quando Obama foi oficializado candidato. Fico feliz em ver que estava errado.

O que aconteceu ontem nos Estados Unidos é mais do que uma novidade: é uma mudança de atitude do povo americano, uma diminuição no conservadorismo
wasp e
yuppie, e um claro indicador de que o racismo vem diminuindo consideravelmente – e deve diminuir mais caso o presidente eleito faça uma boa administração. Barack Obama é negro de origem muçulmana, leva Hussein em seu sobrenome e está bem à
esquerda do que os estadunidenses estão acostumados.
O voto pela mudança teve mais de um motivo. Além da crise econômica, que estourou na mão dos republicanos, com uma perspectiva alta de desemprego e recessão, houve o fator
Sarah Palin, um tiro no pé dos republicanos. A candidata a vice passou toda a campanha se explicando, ficou com a pecha de corrupta e radical de direita. Se alguém tinha medo do que Obama era capaz de fazer, o medo de Palin era maior. E assim McCain perdeu a eleição, para o bem dos EUA e do resto do planeta.
Podemos esperar grandes mudanças na política externa e interna dos Estados Unidos, com a diminuição do favorecimento às indústrias bélica e petrolífera, aplicação de dinheiro no desenvolvimento econômico, um enfoque mais ecológico da indústria, entre outras medidas. Resta agora descobrir se elas serão executadas com competência.