domingo, 26 de outubro de 2008

Quem perde é o Rio

O Rio perdeu as eleições. Talvez tenha faltado habilidade política de Fernando Gabeira, ou visão de futuro para 50,83% da população, ou mesmo para os 55 mil eleitores que entregaram a prefeitura do Rio para Eduardo Paes.

O fato é que a cidade perdeu hoje uma grande oportunidade e preferiu o de sempre. O político clássico, que promete ações infactíveis como construir 40 UPAs cuja manutenção o orçamento da cidade não permite, ou falar de problemas pontuais como o de Inhoaíba. O eleitor com maiores problemas, o que elegeu Paes, quer soluções imediatistas para problemas imediatos. Ele não entende que uma visão de cidade de 20 anos possa dar um fim em suas questões.

Gabeira levou e não bateu. Não sujou a cidade, não contratou homem-poste, mesmo que não pelo motivo alegado, mas sempre foi coerente. Não atacou Paes mesmo quando isso poderia virar a eleição, sequer mostrou o candidato do PMDB defendendo as milícias em 2006. E, como disse Noblat, quem sabe teremos outra oportunidade dessas daqui a quatro anos? Mas dessa vez, além das máquinas federal e estadual, a municipal também estará ao lado de Paes. E aí, quem segura?

Agüentemos mais oito anos de desmando, de garotismo, de brizolismo, de cabralismo, de incoerência entre o discurso e a prática. Talvez a gente mereça mesmo.

Atualização:

Começaram a surgir as denúncias de fraude. Pela pequena diferença que tiveram os candidatos, isso pode ter definido o resultado. O que será feito caso provado verdade?

3 comentários:

  1. Uma das razões da perda do Gabeira, talvez a principal, foi o feriado de hoje, 27/10. A abstenção de 20% no Rio de Janeiro foi muito superior aos 14% do 1º turno e de outras cidades e capitais brasileiras. Isso era um temor do Gabeira que se concretizou.



    Mas o Eduardo Paes terá seus passos analisados por perto pela população carioca. Se fizer qualquer bobagem terá a população no seu encalço.

    ResponderExcluir
  2. Já ouvi várias pessoas comentarem em nossos meios de comunicação que ainda somos um país novo, em processo de amadurecimento e que daí advém nossa falta de coerência ou percepção daquilo que nos enfraquece como Estado e ato contínuo como cidadãos. Se isso fosse dito há trinta anos atrás, provavelmente concordaria, mas não consigo crer em algo assim, se hoje, ainda que não para todos, temos um acesso muito maior a informações de todos os tipos, provenientes de vários meios, os pensamentos e principalmente ações dos homens são catalogadas, gravadas e expostas em sua totalidade, tendo somente a censura de seu próprio intelecto como barreira. Nessa eleição carioca, foi dito o que deveria ser dito, as cartas estavam todas na mesa e optamos por uma escolha, escolhemos a não nos darmos uma chance, deixamos de escolher a chance de até errar, mas claramente, tentando acertar. Ato contínuo, temos mais quatro anos para amadurecer ou os consultórios dos psicólogos ficarão lotados, sem um horário disponível sequer. O diagnóstico será fácil, igual para todos: desajuste juvenil

    ResponderExcluir
  3. "Se fizer qualquer bobagem terá a população no seu encalço."


    sei não, hein...

    pro-democracia.blogspot.com

    ResponderExcluir