quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A imprensa do Rio

O Rio de Janeiro vai de mal a pior em questão de imprensa. Antes, havia dois grandes jornais com linhas editoriais distintas, O Globo e o Jornal do Brasil. Ainda que ambos tivessem um viés mais direitista, o primeiro era mais dirigido à classe média e o segundo, mais elitista. Para as classes mais baixas, existia O Dia, que foi melhorando de qualidade até o golpe do lançamento do Extra, pela empresa do Roberto Marinho, que era vendido a um preço ridiculamente baixo (R$0,25, se não me engano).

Hoje, não há mais JB. Há, mas não há. Inclusive há boatos de que a edição impressa deixará de circular e o jornal vai ser publicado exclusivamente online. O nível do Dia teve de descer ao do Extra para fazer frente junto ao seu público. Sobrou apenas O Globo.

O que me incomoda no jornal não é somente a linha editorial baseada no denuncismo e na busca pela desordem institucional. É o sensacionalismo, que ultimamente vem se colocando no nível dos programas mais vulgares como o de José Luiz Datena e Wagner Montes. A imagem abaixo é um excerto da edição online de hoje de manhã. Se espremer, sai sangue.


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Caetano, ¿por qué no te callas?

O crepúsculo de uma carreira é realmente triste. Lá se vão vinte e cinco anos do último disco genial de Caetano Veloso, o "Velô", e uns dez de seu último bom trabalho autoral.

Desde então, o ex-compositor tem feito de tudo para aparecer na mídia da pior maneira possível. Suas declarações não são somente polêmicas, são preconceituosas e, provavelmente, são emitidas com o objetivo de gerar respostas como a que publico neste blog.

Logo depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, Caetano fez questão de declarar que considerava Osama Bin Laden "um homem bonito" sem que ninguém lhe perguntasse sua opinião sobre o físico do terrorista saudita. Essa semana, conseguiu soltar duas pérolas: chamou Woody Allen de "careta" e "reacionário" e Lula de "analfabeto", "cafona" e "grosseiro".

Ninguém é obrigado a gostar de um cineasta, e eu mesmo acho Woddy Allen muito maçante, às vezes, mas não é possível negar sua genialidade. Quanto ao presidente, que mais uma vez é chamado de analfabeto, é preciso explicar para Caetano o significado dessa palavra. Lula teve, sim, uma educação tardia, ainda comete erros de português, mas jamais chegaria aonde chegou – da forma como chegou – se fosse analfabeto ou ignorante.

Criticar o presidente por sua atuação ou por seus atos no exercício do poder é uma coisa. Mas emitir comentários preconceituosos não é somente deselegante. É cafona e grosseiro.