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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Russia e China mais próximos, ganha o meio ambiente?

Os americanos e europeus cometem, repetidamente, erros estratégicos em relação à geopolítica global. A Europa depende fortemente do gás russo, então precisa contemporizar qualquer absurdo que império de Pútin cometa, mas seguiu a diretriz global de isolar a república devido a seu posicionamento (leia-se "intervenção") em relação à crise da Ucrânia, o que produziu um grave efeito colateral.

No dia 21 de maio, Rússia e China assinaram um acordo de torno de 400 bilhões de dólares por 30 anos de fornecimento de 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano para os chineses. Este valor foi considerado baixo por especialistas, mas Pútin precisava buscar opções para fugir do isolamento e acabou por abraçar o maior rival do Ocidente: a China.

Bom para o país oriental, que passa a contar com uma grande fonte de energia, ruim para Estados Unidos e Europa, que fortaleceram seu maior adversário. Mas existe ainda um aspecto que ninguém considerou: a possibilidade da China estar começando a substituir sua principal fonte de energia e uma das mais poluentes que existem, o carvão, pelo gás natural, combustível infinitamente mais limpo. Ganha o meio ambiente.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A gripe suína da economia europeia

Os PIIGS representam, de fato, uma ameaça à economia da União Europeia. A nova doença dos porcos diz respeito à frágil economia de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, detentores das iniciais de mais uma sigla irônica na geopolítica e economia mundial (a lembrar: MAD – Mutual Assured Destruction, da Guerra Fria – e Nafta – North American Free Trade Agreement – o tratado de livre comércio da América do Norte), cuja economia passou a ser suportada pelos grandes europeus em nome da estabilidade do euro.

Para que a União Europeia funcionasse como desejado, era preciso que estes países se desenvolvessem o suficiente para não precisarem mais da ajuda de seus co-irmãos. Isso não aconteceu e, após a crise de 2008, a situação da maioria desses países se deteriorou. A bola da vez é a Grécia, país pouco industrializado e de baixa produtividade agrícola cuja maior parte do Produto Interno Bruto (75%) advém do setor de serviços. Seu déficit público, que seria tolerado até 3% pelo Banco Central Europeu, chegou a 12% do PIB e sua dívida ultrapassou a casa de €300 bilhões, o equivalente a 113% do PIB. Desde 2000, o saldo de sua balança comercial vem acumulando déficits crescentes.

Qual é a receita para sanar sua economia? A velha fórmula que combina corte de gastos com aumento de impostos. Essas medidas, que já deram errado aqui na América do Sul, não farão diferença alguma em termos estruturais; no máximo darão fôlego para os contribuintes alemães gastarem menos com seus vizinhos gregos por um tempo. Ou seja, podemos esperar que a crise se agrave em breve.


Para piorar, os alemães, cansados de sustentar a frágil economia suína, estão ameaçando expulsar a Grécia da Zona do Euro ou, como último recurso, ela mesma tirar o time de campo e ressucitar o robusto marco alemão.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Os trilhões e a fome

Eu nunca havia ouvido falar de trilhões de dólares. Na verdade, só em dívidas trilionárias, ou melhor, a dívida trilionária dos Estados Unidos, mas dinheiro, de verdade, jamais. De repente, pipocam ajudas a bancos quebrados com números com treze dígitos vindas dos Estados Unidos e da União Européia. Esse dinheiro existe?

Na verdade, não. Ele é o início de uma nova bolha que é a da dívida interna, pois são gerados a partir da emissão de papéis que nem os países mais desenvolvidos têm condição de pagar. É um adiamento do problema que pode gerar um outro ainda maior, pois bancos quebrados são uma coisa; países são outra.

Mas esses pacotes são tidos como necessários para que a economia mundial não colapse de vez. E é nessa hora que as prioridades dos líderes mundiais ficam expostas como uma doença, como a necessidade de um drogadito que deixa de satisfazer suas necessidades mais básicas para alimentar seu vício.

A FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, divulgou um relatório em 2006 relatando que bastavam entre 25 e 30 bilhões de dólares por ano para erradicar-se a fome do planeta até o ano de 2025. Enquanto isso, os EUA despejam US$ 3 tri, a UE joga €1 tri, o Japão utiliza ¥ 10 tri no buraco que restou do dinheiro virtual que desapareceu. Para se ter uma idéia, seria necessário 0,67% desse dinheiro por ano para se resolver o problema da fome no planeta.


Não está na hora de revermos nossas prioridades?