segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Portugüês

Sou uma das poucas pessoas que está lamentando o fim do trema na reforma ortográfica que entra em vigor no dia 1 de janeiro. Aliás, não somente a queda do trema, mas diversas alterações nas regras de acentuação, hifenização e da própria ortografia em si.

A língua portuguesa é, até certo ponto, fonética. O trema existe para se indicar a pronúncia do u depois do q ou do g; verbos na terceira pessoa do plural no presente do indicativo também vão perder acentos que ajudam na pronúncia, como lêem ou vêem. Isso sem falar nos acentos diferenciais como em pára e pêlo, que também se vão.

Para mim, o grande problema é que não é fácil enxergar uma lógica nas novas regras. Por exemplo, algumas palavras vão perder o hífen e outras vão ganhar, mas as poucas que ficam como estão as exceções dessas regras: arquiinimigo vira arqui-inimigo, manda-chuva vira mandachuva, mas guarda-chuva permanece como está. Por quê? Não compreendi.

E se nós, brasileiros, estamos incomodados com nos tornarmos analfabetos da noite para o dia, imaginem como estão os portugueses. Enquanto a reforma mexe com 0,5% das palavras no Brasil, 1,6% dos vocábulos dos demais países lusófonos será alterado. Nós teremos que reaprender a escrever cerca de 550 palavras e eles, cerca de 1.760.

Agora pergunto: quem está feliz com isso? Por aqui, vou tentar me adequar às novas regras, mas peço perdão antecipado por possíveis deslizes. Afinal, realfabetizar-se leva algum tempo.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Paus e pedras

A frase virou chavão, mas a cada vez que é proferida, gera um certo calafrio naqueles que ouvem: "Eu não sei com que armas se lutará a Terceira Guerra Mundial, mas a Quarta será com paus e pedras". Albert Einstein tinha perfeita noção do potencial destrutivo do ser humano. Hoje, estamos na iminência de uma guerra de proporções catastróficas.

Depois dos ataques terroristas a Mumbai, a tensão entre Índia e Paquistão cresceu. Inimigos com motivações religiosas desde a ocupação inglesa, os dois países se separaram contra a vontade de Gahdhi em 1947 e de lá para cá já travaram quatro guerras, três concernindo à região da Caxemira, todas com armamento convencional. Entretanto, desde 1998, ambos os países passaram a ser considerados potências nucleares após testes realizados em seus respectivos territórios.

Se estourar mais uma guerra na região, qual é o limite da potência das armas que os países pretendem adotar? Se o Paquistão utilizar uma bomba atômica, como a Índia vai revidar? Que nações vão aderir e de que lado vão ficar? Diferentemente de soviéticos e estadunidenses, os princípios da doutrina MAD, pela qual nenhum lado ataca temendo a aniquilação total de ambos, não parecem prevalecer neste conflito, pois quando o fanatismo religioso está presente, nada parece segurar os homens.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Calotazo

Parece que dá muito trabalho ser um líder regional e tentar não impor sua política econômica aos países vizinhos. Alguns dizem que o Brasil pratica uma modalidade de imperialismo, mas não há aqui uma exploração descabida, como fazem os Estados Unidos com o México e outros países. Existe um movimento de integração regional com investimentos de infra-estrutura em diversos países que teriam muita dificuldade em se manter sem uma economia forte como a nossa os apoiando.

Dessa forma, o Brasil é um grande credor de seus vizinhos, que, quando precisam fazer grandes obras, muitas vezes financiam-nas com dinheiro do BNDES. Equador, Paraguai, Bolívia e Venezuela simplesmente decidiram que os contratos de endividamento foram abusivos e não querem mais pagar. Sinceramente, quero ver mais para frente, quando precisarem de crédito, para quem vão pedir. Até porque, qualquer coisa costuma ser melhor do que os juros do FMI.

O Brasil precisa endurecer o discurso, mas deve fazer de tal forma que não crie inimigos. Não queremos fazer como nossos vizinhos do Norte que derrubam governos e desviam seus recursos para seu próprio enriquecimento. Muito pelo contrário: não foi somente uma vez que impedimos golpes de estado por aqui pelo subcontinente.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Autobahn

Parece que tem gente que acha engraçado ter carros capotando na Lagoa e acidente de proporções como os que já vimos em vários pontos do Rio de Janeiro. A partir de ontem, todos os pardais do Rio de Janeiro deixaram de multar motoristas por excesso de velocidade e por cruzar o sinal vermelho entre as 22h e as 6h. A decisão foi feita com a desculpa de se aumentar a segurança dos motoristas, já que a criminalidade no trânsito é grande nesse horário.

Isso não é apenas um caso de insensatez: é um populismo perigoso, um oba-oba que dá a impressão de que os motoristas da night, muitas vezes já bêbados, podem fazer o que quiserem. Até porque a Lei Seca só pegou durante algum tempo, mas também já afrouxou.

Interromper as multas à noite pode diminuir o problema dos assaltos, mas cria outro, que é o dos acidentes. Não seria mais prudente aumentar os limites de velocidade para alguns trechos, principalmente nas lombadas eletrônicas? Não seria melhor deixar de multar quem atravessasse o sinal vermelho, desde que em baixa velocidade?

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Para nossa pressa e sua insegurança

Ontem, uma idosa caiu dos degraus de um ônibus da linha 435 em Copacabana quando tentava embarcar porque o motorista arrancou o veículo sem olhar. É engraçado, porque sobre ambas as portas do lado interno está escrito: "Para sua segurança, este veículo somente se movimenta com as portas fechadas".

Parece uma piada de mau gosto, mas não é: os ônibus são alterados na garagem para andar com as portas abertas, dando mais agilidade na saída do ponto. Mais uma vez, a pressão que existe sobre os motoristas, constantemente mal-humorados, faz com que descontem suas frustrações no usuários, muitas vezes derrubando passageiros (às vezes de propósito) ou simplesmente passando direto do ponto, utilizando o pequeno poder que têm sobre nós.

Vai uma dica: em caso de irregularidade ou irresponsabilidade do motorista, anote o horário, local e o número do ônibus e da linha e sempre denuncie-o, tanto para a empresa quanto para a SMTU. Na maioria das vezes, a empresa pune, deixando-o fora do trabalho um dia ou mais e, em caso de reincidência, demitindo-o.

Porque nós não somos saco de pancada de motorista que precisa descontar suas frustrações.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Violência contra a mulher

A Lei Maria da Penha foi um grande passo, mas não basta a lei mudar, é preciso que as pessoas mudem também. Pouca coisa pode ser comparada em termos de covardia com a violência contra mulheres e crianças. E, muitas vezes, elas vêm juntas. Hoje é o dia internacional da não-violência contra as mulheres.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Roger & us

Há muitos anos, assisti a um documentário do escandaloso Michael Moore chamado "Roger & Me" que tratava da miséria em que ficou a sua cidade natal, Flint, em Michigan, EUA, após a remoção de uma fábrica da General Motors para o México nos anos 80. O "Roger" do nome é o então CEO da empresa Roger Smith, que morreu no ano passado, perseguido por Moore para dar uma entrevista a respeito do deslocamento da fábrica.

Hoje, a GM está à beira da falência. Os Estados Unidos estudam um pacote de ajuda à indústria automotiva, mas a demora em aprová-lo devido à exigência de um plano de viabilidade por parte dos congressistas para liberar o dinheiro pode ter conseqüências irreversíveis.

Não é impossível que a GM ou a Ford fechem as portas em definitivo, ou sejam vendidas para uma montadora indiana, chinesa ou mesmo européia. Suas dívidas estão muito acima de sua capacidade de pagamento e as empresas estão sem capital para manter as indústrias funcionando.

O que será que Roger Smith diria nesse momento?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Construa uma arca, meu filho

Lá se vão dezesseis anos de gestão Cesar Maia, considerando que ele próprio elegeu o Conde, e onde a cidade chegou? Um final melancólico para sua prefeitura, com uma enchente na Zona Sul como não se via há muito tempo, com ruas totalmente alagadas e pessoas presas em qualquer lugar que fosse um pouco mais alto.

Eu era uma delas: da esquina da Rua Edmundo Lins com a Figueiredo de Magalhães, pude filmar um pouco do martírio das pessoas que simplesmente tentavam chegar em casa. O vídeo diz tudo.



Agora, com o novo prefeito, que assim como Conde é cria de Cesar Maia que se tornou seu inimigo, devemos apenas nos preparar para mais quatro anos disso.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Banheiro público

Essa semana, recebi um email curioso. Era uma foto sobre algum malandro que criou uma tenda em torno de uma boca-de-lobo para as pessoas urinarem durante o carnaval de 2008. Qualquer um pode condenar o sujeito por fazer isso, mas por que um empreendimento desse tipo é possível no Rio de Janeiro?

É muito simples: não existem banheiros públicos na cidade. A prefeitura gasta em campanhas para as pessoas não urinarem nas árvores e nos muros como alguns cartazes espalhados por aí, mas nenhuma iniciativa concreta é tomada. Resta à população apelar para a boa vontade de funcionários de bares, restaurantes e postos de gasolina. Mas se a coisa apertar de noite ou de madrugada, qual é a opção?

É apenas mais um exemplo de como oportunistas se aproveitam do vácuo deixado pelo Estado.

domingo, 9 de novembro de 2008

Publicação automática?

Pressão nas redações, tendência política dos jornais ou pura incompetência? Não é todo dia que encontramos manchetes tão contraditórias nos jornais. A primeira página do Extra do dia 8 de novembro diz que "Reprovação volta, mas secretária não diz como melhorar o ensino". No Dia, "Aprovação automática vai continuar, mas com reforço". Ou seja, as duas informações dadas em cada um dos títulos são absolutamente antagônicas! Ou bem a reprovação volta, ou a aprovação automática vai continuar. Ao mesmo tempo, se a secretária não diz como melhorar o ensino, o que significa "com reforço"? Não é justamente melhorar o ensino?

Os jornais funcionam numa rotina tão pesada que recorrem a algo chamado "enquadramentos sistemáticos", um padrão de seleção e organização das notícias que torna o fechamento das edições e a publicação de matérias mais eficientes, porém, menos ponderados. Pelo visto, a "publicação automática" será mantida nas redações. Sobre os enquadramentos, Todd Gitlin tem uma explicação detalhada, mas quem quiser algo mais resumido pode ler o capítulo 2.2 da minha dissertação de mestrado.

Parece-me que ambos os jornais estão errados, pelo menos em parte. A reprovação volta, pelo menos em tese, já que o conceito "Insuficiente" passa a existir novamente no boletim dos alunos. Ao mesmo tempo a secretária Cláudia Costin anunciou reciclagem anual dos professores nos moldes da educação japonesa. Aliás, é uma piada comparar a educação municipal carioca com qualquer educação no Japão.

Tudo muito bonito no papel, mas gostaria de saber com que dinheiro o prefeito eleito vai contratar professores, ministrar cursos de reforço, construir as UPAs e contratar todos os médicos necessários. Quantas promessas ele vai quebrar ainda?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Uma vitória histórica

Quando na segunda temporada de 24 horas David Palmer apareceu como presidente, achei até graça. O mundo acabaria antes dos estadunidenses elegerem um presidente negro. Permaneci com minha opinião durante as primárias e até quando Obama foi oficializado candidato. Fico feliz em ver que estava errado.

O que aconteceu ontem nos Estados Unidos é mais do que uma novidade: é uma mudança de atitude do povo americano, uma diminuição no conservadorismo wasp e yuppie, e um claro indicador de que o racismo vem diminuindo consideravelmente – e deve diminuir mais caso o presidente eleito faça uma boa administração. Barack Obama é negro de origem muçulmana, leva Hussein em seu sobrenome e está bem à esquerda do que os estadunidenses estão acostumados.

O voto pela mudança teve mais de um motivo. Além da crise econômica, que estourou na mão dos republicanos, com uma perspectiva alta de desemprego e recessão, houve o fator Sarah Palin, um tiro no pé dos republicanos. A candidata a vice passou toda a campanha se explicando, ficou com a pecha de corrupta e radical de direita. Se alguém tinha medo do que Obama era capaz de fazer, o medo de Palin era maior. E assim McCain perdeu a eleição, para o bem dos EUA e do resto do planeta.

Podemos esperar grandes mudanças na política externa e interna dos Estados Unidos, com a diminuição do favorecimento às indústrias bélica e petrolífera, aplicação de dinheiro no desenvolvimento econômico, um enfoque mais ecológico da indústria, entre outras medidas. Resta agora descobrir se elas serão executadas com competência.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Murders and executions

Poucas vezes na economia algo chamado "fusão" realmente acontece. Na maioria dos casos, o que ocorre é a compra de uma empresa cambaleante por algum gigante do setor. Murders and executions, como diria o psicopata americano Patrick Bateman.

Como correntista do Banco Real, preocupei-me ao saber de sua aquisição pelo Grupo Santander. Recebi uma carta dizendo que nada mudaria, mas não sei até quando isso será verdade. Ontem, o Itaú comprou o Unibanco em mais uma "fusão". Já havia boatos de que o banco dos Moreira Salles andava mal das pernas e, com a crise, o negócio foi acelerado.

É certo que a compra do Unibanco acalma o mercado financeiro e a Bovespa, que já ensaiou uma alta. Mas com essas "fusões e aquisições", o oligopólio dos bancos no Brasil fica cada vez mais restrito, logo, diminuindo a concorrência. Isso significa taxas maiores e menos rentabilidade. É isso que se chama auto-regulação do mercado?

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Melhor embalagem, produto duvidoso

Há uma grande diferença entre produtos que compramos pré-prontos e os que fazemos em casa. No caso dos filés de frango, por exemplo, ou dos nuggets, a carne pronta leva, normalmente, diversos ingredientes que não são recomendáveis à saúde.

Por isso, sempre olho antes de comprar esses congelados se contêm, principalmente, pele de frango, que é usada para baratear seu custo de produção e possui uma incrível quantidade de colesterol. Há algum tempo, achei um congelado da Perdigão que não continha pele, ou seja, o nível de colesterol e gordura era mais aceitável. Foi grande a minha surpresa ao descobrir que eles vêm fazendo, por assim dizer, uma atualização de seus produtos.

Quando vi a nova embalagem, muito mais chique e bonita, desconfiei e resolvi conferir os ingredientes. O que achei? Exatamente! E nenhum aviso sobre a mudança. Das duas uma: ou sempre houve pele e não informavam ou deveriam informar sobre a mudança na composição. Nenhuma das duas é aceitável.

domingo, 26 de outubro de 2008

Quem perde é o Rio

O Rio perdeu as eleições. Talvez tenha faltado habilidade política de Fernando Gabeira, ou visão de futuro para 50,83% da população, ou mesmo para os 55 mil eleitores que entregaram a prefeitura do Rio para Eduardo Paes.

O fato é que a cidade perdeu hoje uma grande oportunidade e preferiu o de sempre. O político clássico, que promete ações infactíveis como construir 40 UPAs cuja manutenção o orçamento da cidade não permite, ou falar de problemas pontuais como o de Inhoaíba. O eleitor com maiores problemas, o que elegeu Paes, quer soluções imediatistas para problemas imediatos. Ele não entende que uma visão de cidade de 20 anos possa dar um fim em suas questões.

Gabeira levou e não bateu. Não sujou a cidade, não contratou homem-poste, mesmo que não pelo motivo alegado, mas sempre foi coerente. Não atacou Paes mesmo quando isso poderia virar a eleição, sequer mostrou o candidato do PMDB defendendo as milícias em 2006. E, como disse Noblat, quem sabe teremos outra oportunidade dessas daqui a quatro anos? Mas dessa vez, além das máquinas federal e estadual, a municipal também estará ao lado de Paes. E aí, quem segura?

Agüentemos mais oito anos de desmando, de garotismo, de brizolismo, de cabralismo, de incoerência entre o discurso e a prática. Talvez a gente mereça mesmo.

Atualização:

Começaram a surgir as denúncias de fraude. Pela pequena diferença que tiveram os candidatos, isso pode ter definido o resultado. O que será feito caso provado verdade?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Mudando para pior II

Vocês se lembram quando queríamos saber a hora para ajustar um relógio, bastava ligar para o 130? Era ótimo: assim que o serviço atendia, a voz começava a falar a hora. E ele ainda dava o bipe a cada dez segundos. Era possível mesmo sincronizar o relógio com a hora oficial.

Hoje, com sorte, se ouve apenas "Novo 130 Telemar" antes da hora com os segundos quebrados. Mas normalmente a mensagem é "Bem-vindo ao 130 Oi. Aqui você sempre ouve a hora certa e ainda conhece os feriados do ano". E depois "Catorze horas e quinze minutos e vinte e nove segundos".

Sei que isso não faz muita diferença prática, mas é para lá de irritante ouvir uma propaganda do próprio serviço quando você o acessa. Por que será que pioram serviços sem a menor necessidade de mudança? Para testar nossa paciência?

Atualização em 25/10/2008

Retina Absoluta sugeriu o site do Observatório Nacional para sincronizar o relógio. Conselho a ser seguido.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Os trilhões e a fome

Eu nunca havia ouvido falar de trilhões de dólares. Na verdade, só em dívidas trilionárias, ou melhor, a dívida trilionária dos Estados Unidos, mas dinheiro, de verdade, jamais. De repente, pipocam ajudas a bancos quebrados com números com treze dígitos vindas dos Estados Unidos e da União Européia. Esse dinheiro existe?

Na verdade, não. Ele é o início de uma nova bolha que é a da dívida interna, pois são gerados a partir da emissão de papéis que nem os países mais desenvolvidos têm condição de pagar. É um adiamento do problema que pode gerar um outro ainda maior, pois bancos quebrados são uma coisa; países são outra.

Mas esses pacotes são tidos como necessários para que a economia mundial não colapse de vez. E é nessa hora que as prioridades dos líderes mundiais ficam expostas como uma doença, como a necessidade de um drogadito que deixa de satisfazer suas necessidades mais básicas para alimentar seu vício.

A FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, divulgou um relatório em 2006 relatando que bastavam entre 25 e 30 bilhões de dólares por ano para erradicar-se a fome do planeta até o ano de 2025. Enquanto isso, os EUA despejam US$ 3 tri, a UE joga €1 tri, o Japão utiliza ¥ 10 tri no buraco que restou do dinheiro virtual que desapareceu. Para se ter uma idéia, seria necessário 0,67% desse dinheiro por ano para se resolver o problema da fome no planeta.


Não está na hora de revermos nossas prioridades?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Motorista-trocador e a sorte no trânsito

É cada vez mais comum nos ônibus do Rio de Janeiro o motorista acumular a função de trocador. Essa prática é total em microônibus e começa a se expandir para os ônibus comuns. Que eu tenha percebido, principalmente nos veículos da empresa Braso-Lisboa, que opera as linhas 472, 473 e 474, existe um mini-curral na entrada em que os passageiros precisam esperar de pé que todos paguem, recebam o troco e passem a roleta, liberada pelo próprio motorista.

Com a pressão de horário que os motoristas recebem, somada a todo o barulho que o motor frontal dos ônibus gera, é pedir demais que eles se concentrem em mais essa tarefa sem negligenciar sua direção (para entender um pouco melhor sobre essa questão, sugiro o livro "Jornadas Urbanas" de Janice Caiafa).

Assim, acidentes são comuns, como o que matou três ciclistas na Zona Oeste do Rio no ano passado. Eu mesmo quase fui uma vítima quando voltava do Rio Comprido para a Zona Sul. Distraído com o meu troco, o motorista demorou a ver que o ônibus se deslocava em direção a um poste e deu uma bruta guinada para a pista, evitando, por pouco, a colisão. Tive sorte dessa vez, mas será que é com a sorte que devemos contar? As empresas de transporte deveriam ter mais responsabilidade e não fazer essa economia burra, que reduz gastos com salários, mas pode aumentá-los com indenizações e multas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Um novo Bretton Woods

Sarkozy é quem está propondo agora, mas a idéia não é nova. A cada crise que surge, fala-se em reformar o sistema criado pelo acordo de Bretton Woods após a Segunda Grande Guerra. O dólar foi escolhido como moeda-base para a economia mundial, o que, à época, fazia total sentido, visto que os Estados Unidos eram o país desenvolvido menos atingido pela catástrofe generalizada causada pela guerra.



Sessenta anos depois, a dívida interna estadunidense chega à casa dos 10 trilhões de dólares (para maior impacto gráfico: US$ 10.000.000.000.000 ou 1013) e a grande vantagem que sobra ao país é o fato de ser o fabricante do dinheiro usado para lastrear as demais moedas. Seu consumo ultrapassa de longe sua produção, o que torna o país um ralo para os recursos do planeta, inclusive os energéticos, tão escassos ultimamente.

O presidente francês está certo e o ministro da economia italiano, Giulio Tremonti, faz coro. O mundo tem, hoje, moedas mais fortes que o dólar, mas que não podem exercer esse papel devido ao acordo firmado em 1944. Por que não utilizar uma cesta de moedas, como o Euro, a Libra, o Dólar e o Iene? Por que não utilizar, com menor peso, moedas de países em desenvolvimento com economia estável, como os BRICs?

O mundo precisa se reorganizar economicamente e essa crise é uma grande oportunidade. Podemos de fato tirar algo positivo disso tudo. Uma economia mundial lastreada não seria nada mal, além de, é claro, um mercado financeiro com regras mais rígidas, talvez algo que direcionasse o capital para uma economia produtiva.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Made in China

O Brasil possui uma das maiores indústrias têxteis do mundo. São mais de 30 mil empresas compondo a cadeia, faturamento superior a R$ 30 bilhões anuais, exportações que superam R$ 2 bilhões, mais de 1,5 milhão de empregos e quase 20% do PIB do país passa por essa cadeia produtiva.

Ainda assim, temos lojas de moda que importam suas coleções de outros países, principalmente da China. Dessa forma, pagam muito pouco por seus produtos e aumentam as margens de lucro. Já seria razão suficiente para comprar produtos nacionais o fato do dinheiro permanecer no país, mas existe muito mais.

Na China, os direitos trabalhistas são precários e, mesmo assim, raramente cumpridos. A qualidade de seus produtos, seja do tecido, seja de sua tintura (lembre-se do caso Mattel) tem pouco controle e, até onde sabemos, crianças são usadas no trabalho agrícola.

Será que não vale a pena pagarmos um pouco mais por produtos nacionais, que geram emprego e fazem circular dinheiro no Brasil? Até quando vamos ficar com essa hipocrisia de criticar o que os outros fazem e contribuir para que suas práticas se perpetuem?

É fácil descobrir quando um produto é nacional ou chinês: basta olhar a etiqueta. Já fui surpreendido por lojas conceituadas que não podiam consertar uma peça defeituosa porque as roupas "vêm prontas da China". Olhe a etiqueta antes de comprar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O Proer e a estatização dos bancos

Em meados da década de 90, o governo criou o Proer – Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional – para evitar que os bancos quebrassem e levassem consigo seus investidores. O Proer permite que o Banco Central intervenha nas instituições financeiras que entraram em crise a partir do fim da inflação – o que acabou com os lucros desvairados que tinham – evitando um colapso do sistema financeiro.

Dezenas de bilhões de reais foram gastas pelo governo desde então para sanear bancos falidos, normalmente devido a corrupção e a uma série de operações ilegais que eram mascaradas pela inflação de outrora. O dinheiro saiu das reservas do país e muitos dos criminosos passaram como meros incompetentes.

O saneamento era fundamental para manter a economia funcionando, pois um colapso do sistema geraria uma corrida aos bancos e quebraria o país. Mas, uma vez saneado o banco, qual era a melhor coisa a fazer com a instituição? O governo achou melhor passar o Banco Econômico para o Excel, que também quebrou e foi incorporado pelo Bilbao Vizcaya, o Nacional para o Unibanco e o Bamerindus para o britânico HSBC. E o dinheiro que foi investido para saneá-los? Nunca retornou aos cofres públicos!

O que fazem estadunidenses e ingleses com suas instituições que quebram? Pagam suas dívidas, evidentemente, mas transferem o controle para o governo. Ou seja, países liberais estão intervindo na economia e estatizando seus bancos para não absorverem o prejuízo sem uma contrapartida.

Em minha opinião, o governo FH e o Banco Central de Gustavo Loyola, Gustavo Franco e Armínio Fraga, cometeram um crime de lesa-pátria, despejando nossas reservas a fundo perdido. Não seria mais honesto incorporar os bancos falidos e suas carteiras ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal?

Atualização em 23/10/2008

O Governo Federal autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem bancos que tiverem problemas financeiros.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Hora de baixar a Selic

Não tenho conhecimentos profundos de economia, sei o básico que um jornalista deve saber e algo mais por ser alguém que se interessa. Mas algo me ocorre que esse momento pode oferecer uma boa oportunidade para o Banco Central.

Com a crise nos Estados Unidos, o crédito sumiu da praça, o que deve provocar uma retração no consumo, tendo em vista que o brasileiro normalmente só leva em conta o valor da parcela mensal, e não o total pago pelo produto. Será que não é essa uma boa hora para se diminuir drasticamente a taxa Selic? Assim, poderíamos tentar manter os níveis de consumo como antes da crise e, quando a poeira assentar, os juros poderiam subir novamente caso necessário para regular a inflação.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Cartel

Outro dia, fazendo compras no Supermercado Mundial de Copacabana, vi-me na cena de um crime. Um tipo de crime cometido com freqüência, mas raramente percebido como tal. Acostumado a pesquisar preços de produtos para comprar o que oferece a melhor relação custo-benefício, procurei os preços do óleo de soja. Eram os seguintes:
  • Perdigão: R$ 2,97
  • Liza: R$ 2,98
  • Soya: R$ 2,98
  • Sadia: R$ 2,98

Não é uma grande coincidência que todos tenham o mesmo preço. Isso caracteriza prática de cartel, um crime contra a relação do consumo. Liguei para o Procon-RJ para fazer a denúncia pelo telefone 151. A atendente parecia não entender direito do que eu estava falando, mas me passou um número que, por sua vez, não estava funcionando. Também não encontrei um canal de denúncia pela internet. A quem devemos recorrer nessa hora, afinal?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Os vereadores do Rio

Um apartamento na Av. Sernambetiba, praia da Barra, custando R$ 140 mil; um apartamento de R$ 80 mil no Jardim Botânico; dois apartamentos em Ipanema que custam juntos R$ 310 mil; um apartamento em Manhattan, Nova York, por menos de R$ 100 mil...

Esse é o mundo dos sonhos para quem quer ter uma casa própria. É uma pena que ele exista somente nas declarações de bens de nossos vereadores eleitos na cidade do Rio de Janeiro. Respectivamente, de Rosa Fernandes (DEM), Chiquinho Brazão (PMDB), Aspásia Camargo (PV) e Andrea Gouvea Vieira (PSDB).

Aliás, vamos falar de Chiquinho Brazão. Em sua declaração de bens constam:
  • Benfeitorias no Posto Giromanilha em 2007.
  • Benfeitorias no Posto Parada 165 Ltda.
  • Emprestimo à empresa Auto Posto Giromanilha Ltda.
  • 10% das quotas do capital da Sociedade Posto Parada 165 Ltda.
  • 22.000 quotas de R$ 1 cada, da Firma Auto Posto 500 Tingui Ltda.
  • 34.500 quotas de R$ 1 cada uma do capital social da Firma Auto Posto Giromanilha Ltda.
Me ocorre: será que ele tem algum interesse relativo à legislação sobre distribuição de combustíveis? Ele aprovaria um projeto que prejudicasse os postos mas fizesse bem à cidade? Algo já foi dito sobre isso. Fiz uma busca sobre sua atuação na Câmara de Vereadores e só o que achei foram acusações de corrupção.

As pessoas têm mania de achar que a votação para o legislativo é menos importante do que para o executivo. Não poderiam estar mais enganadas. Daqui a quatro anos, poucos lembrarão de seus votos em 2008 e, certamente, não procurarão saber nada sobre seus novos candidatos, embora os dados estejam sempre disponíveis para quem se dispuser a verificar.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mudando para pior

Há alguns meses o metrô do Rio de Janeiro mudou seu sistema de cobrança e bilhetagem. Anunciado como o mais moderno do mundo, demorou muito além do previsto para começar a operar e até hoje está num sistema híbrido com bilhetes antigos e novos.

Essa transição gerou muito transtorno. Por exemplo: antigamente, os bilhetes para o ônibus-metrô eram válidos em qualquer momento, podendo ser usados para um e outro sem prazo de validade. Agora, a conexão deve ser feita em no máximo duas horas após a compra do bilhete, ou seja, o passageiro não pode comprar vários bilhetes para evitar a fila.

O resultado é o que se vê nessa foto da estação Carioca às 18h30: o metrô deixou de ser uma opção prática para quem quer um transporte rápido e passou a ser útil apenas se for incluído na logística de transporte do passageiro. Portanto, caso esteja perto de um ponto de ônibus e do metrô, prefira o ônibus, a não ser que já tenha o bilhete comprado, que só tem validade de 48 horas, ou o cartão pré-pago.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Discrepância de método ou manipulação?

Sabemos que pesquisas eleitorais podem dar resultados diferentes de acordo com a metodologia aplicada, número de entrevistados, amostra geográfica, entre outros fatores. Para isso, existe algo chamado "margem de erro", que dificilmente ultrapassa um raio de três pontos, deixando cada candidato num espectro de seis pontos percentuais.

Analisando as pesquisas sobre as eleições para a prefeitura do Rio de Janeiro pelo Ibope e pelo Datafolha, a história não é bem essa. O Ibope mostra o candidato Marcelo Crivella (PRB) em segundo oscilando desde julho com crescimento de um ponto entre as duas últimas pesquisas, enquanto Fernando Gabeira (PV) disputa a terceira posição, tecnicamente empatado com Jandira Feghali (PC do B) (10% a 9%). A última pesquisa foi divulgada no dia 27 de setembro.

Na véspera, o Datafolha divulgou uma pesquisa mostrando Crivella tecnicamente empatado com Gabeira, que tem uma tendência exponencial de alta com a aproximação do pleito, e com Jandira, também em queda, os três disputando uma vaga no segundo turno.

As diferenças entre as pesquisas dos dois institutos estão muito além das margens de erro. E o que está em jogo nessas pesquisas? A questão de para quem vai o voto útil. Se julgarem o Ibope correto, os anti-crivellistas optarão por Eduardo Paes (PMDB), já que nenhum dos outros adversários teria condição de tirá-lo do segundo turno. Caso confiem no Datafolha, Gabeira é o candidato desses eleitores, podendo disputar o segundo turno com Eduardo Paes.

Nos gráficos abaixo, fiz projeções exponenciais, método que intuitivamente me pareceu mais próximo da tendência atual, e o que vemos é que, pela pesquisa do Datafolha, Gabeira disputará o segundo turno, enquanto pelo Ibope, Crivella está garantido na fase final do pleito.

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Como sabemos que muitos eleitores decidem-se com base nas pesquisas, podemos questionar: será que os institutos não têm um poder excessivo sobre o resultado final do pleito?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pacote completo

Sempre existe o artista da vez. O dessa é Amy Winehouse, a drogada-mor da black music branca britânica. Tenho a convicção de que ela não durará muito tempo, tendo em vista suas sucessivas overdoses e seu nível de drogadição. E surgem os comentários: "É uma pena, alguém com tanto talento desperdiçar sua vida dessa forma!".

Mas será que se fosse diferente, se ela fosse comportada, ela seria a mesma pessoa? Será que Eric Clapton seria o guitarrista que é sem o vício na heroína e álcool? O que teríamos perdido se não fossem as experiências com LSD dos Beatles? E se Kurt Cobain não fosse tão depressivo, teria feito as músicas que fez?

Um artista vem como um pacote completo. E o mesmo ímpeto que o leva a compor músicas geniais leva-o a destruir sua própria vida. A nós, cabe o papel de expectadores e apenas torcer para que eles consigam viver o suficiente para saciar nossa demanda artística.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Poder relativo

Nelson Jobim quer mudar a Lei de Imprensa. Pudera! A imprensa brasileira age de forma tão irresponsável que é capaz de comprometer a estabilidade do sistema político apenas para vender mais jornais. E não é apenas isso: como no caso de Tim Lopes e dos repórteres de O Dia que foram torturados, jornalistas são capazes de expor suas vidas a um risco extremo por apenas mais uma notícia sensacionalista.

Os jornais brasileiros publicam antes de conferir a veracidade das informações e sem nenhuma reflexão acerca das conseqüências de seus atos, como se tivessem um direito transcendente de dizer o que bem entendem. E acabam destruindo a vida de pessoas como os donos da Escola Base, em São Paulo, acusados por mães paranóicas, julgados e condenados pela Globo. Esse sensacionalismo, além de desinformativo, é extremamente nocivo e perigoso.

O foco agora são os grampos. Alguém da Polícia Federal vaza informações para a imprensa, que as publica, comprometendo operações sigilosas. O Ministro da Justiça quer flexibilizar a lei para obrigar os jornalistas a divulgarem suas fontes. Será que isso é mesmo necessário?

Não basta acusar os jornalistas que o fazem de intervirem no curso de uma investigação federal? Afinal, divulgação de informações classificadas é um crime. Não é?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Antigripais

Em épocas de gripe (eu mesmo me encontro de molho por hoje) é bom ficar atento aos remédios que tomamos para combater a enfermidade. Para começar, nenhum remédio combate de fato a gripe. Eles apenas aliviam os sintomas enquanto seu organismo se fortalece e combate o famoso influenza, algo corriqueiro para uma pessoa saudável.

Diversos remédios de laboratórios conhecidos têm exatamente a mesma fórmula. É o caso de Resfenol, Naldecon noite e Descon, que são misturas de paracetamol (analgésico e antitérmico), cloridrato de fenilefrina (descongestionante) e maleato de clorfenamina (anti-histamínico). Os três exatamente com a mesma fórmula.


Na hora de escolher, levei o mais barato, o Descon, e, por enquanto, está funcionando para combater os sintomas. Mas a gripe mesmo só deve passar em mais um ou dois dias.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Humor negro



Ou os caras são muito sarcásticos ou não têm o menor senso. Mas me parece de um extremo mau gosto colocar um livro chamado "Chocolate: tentações & prazeres" colado em um livro de receitas para diabéticos. A pérola estava exposta na loja da Siciliano do Botafogo Praia Shopping. Porque em se tratando de comércio, humor negro tem limites.

Quebrou, afinal!

Já estava anunciado. Com as despesas mirabolantes para financiar a guerra, cortes de impostos, economia estagnada e crise das hipotecas, era de se esperar que o dinheiro acabasse mesmo para os maiores fabricantes de papel-moeda do mundo. A quebradeira dos bancos era inevitável.

Assim, os Estados Unidos deixaram de lado toda sua filosofia político-econômica do liberalismo e despejaram bilhões de dólares no mercado para conter a crise, o que não parece estar funcionando. Onde está agora a máxima de que o mercado se auto-regula? O neoliberalismo está morto e enterrado e talvez algum dia os estadunidenses descubram o que a maioria dos países europeus já sabe: é necessária uma intervenção do governo para regular disparidades, sejam elas sociais ou econômicas.

Há tempos o mundo percebeu que é muito perigoso fiar-se no dólar como moeda-lastro para suas economias, até porque ele próprio não é lastreado. Algumas economias, como a chinesa, dividiram suas reservas entre dólares e euros, que tem um Banco Central mais rigoroso e não é fabricado a esmo. Seria necessário um novo acordo nos moldes de Bretton-Woods dividindo a responsabilidade entre os países com moeda forte?

Por enquanto, o Brasil está se sustentando, apesar da queda da bolsa e da alta do dólar, que nem se comparam com tempos recentes em que o país quebrou duas vezes. Espero que o país possa sair dessa crise com um mínimo de seqüelas.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Alvo voluntário

Existem algumas coisas que nunca vou entender. Outro dia, passando pela Rua da Matriz, deparei-me com esse carro com adesivos simulando buracos de bala. O que existe logo à frente dessa rua? A favela Dona Marta, uma das mais barras-pesadas da Zona Sul do Rio de Janeiro. Será que o dono dessa Pajero Sport acha divertido viver numa cidade violenta?

domingo, 14 de setembro de 2008

Estamos de volta

O Estado Crítico está de volta à ativa. Depois de uma experiência no weblogger e no orkut, estamos operando em domínio próprio e, dessa vez, sem mais interrupções. Acompanhe aqui os artigos, críticas, resenhas e matérias sobre os temas mais polêmicos.

Sejam bem-vindos ao Estado Crítico.