sexta-feira, 30 de outubro de 2009

E a saúde, Cabral?

Dia 23 de outubro, o Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro publicou o desvio de 10 milhões de reais do Fundo Estadual de Saúde para a Subsecretaria de Comunicação Social da Casa Civil com as assinaturas do secretário da Saúde Sérgio Côrtes e do subsecretário de comunicação da Casa Civil Ricardo Cota.

Não sei se a medida em si é ilegal, mas imoral, certamente. Não que não se possa gastar o que necessário em publicidade do governo, mas esse gasto precisa ser planejado e orientado, e não desviado da saúde na véspera do início de uma campanha eleitoral.

Assim, a saúde do Estado continua padecendo e, para o governador Sérgio Cabral, responsável pela manobra, parece que dez milhões a mais ou a menos não fazem tanta diferença. Até porque as UPAs, o carro-chefe de sua primeira campanha, não têm funcionado como a população esperava.

As eleições vêm aí e o povo tem mais uma chance de mostrar o que não quer na política. Resta ver se essas informações vão chegar a quem decide, de fato, o futuro do Estado do Rio de Janeiro.



Atualização em 30/10: O blog da Veja diz que Eduardo Paes pretende gastar R$ 120 milhões em propaganda nos próximos dois anos. Apenas 32 vezes mais do que seu antecessor Cesar Maia.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Não marque nada para segunda

Dia 30 de setembro, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei transfere quase todos os feriados para segunda-feira, mesmo os que caem às sextas. Essa prática já foi adotada no Rio de Janeiro pelo prefeito Marcello Alencar e prejudicou imensamente a sua população, tanto que foi abortada.

É verdade que um feriado no meio da semana atrapalha o comércio, mas com todos os feriados marcados para as segundas, é impossível para um profissional liberal, seja um professor ou um psicanalista, atender nesse dia, já que ninguém vai querer perder tantas sessões ou aulas. Os cursos podem esquecer o início da semana e abrir somente na terça-feira, pois as aulas de segunda estarão comprometidas.

Esse problema se estende às faculdades. Num semestre cheio de feriados, como o atual, as disciplinas da segunda-feira ficarão extremamente prejudicadas.

Será que os deputados pensaram nisso antes de aprovar essa lei absurda?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O que fazer com Polanski?

Ele é um dos maiores gênios do cinema de seu tempo, disso não há dúvida. De "Repulsion" até "O Pianista", passando por "O bebê de Rosemary", Roman Polanski coleciona clássicos, ganhou um Oscar e um Globo de Ouro e ainda tem muito trabalho para fazer.

Mas em 1977, dopou e estuprou uma adolescente de 13 anos durante uma sessão de fotos nos Estados Unidos. Ela sequer estava acordada para se defender ou dizer não para o diretor. Trinta e dois anos depois, finalmente conseguiram pegá-lo num país com acordo de extradição.

Estupro, assim como assassinato, é um crime hediondo e, por isso, não prescreve nos EUA. Nem deve. Nós, fãs do cinema, podemos lamentar sua prisão como uma perda para a cultura, mas como seres pensantes, não podemos achar que o caso deva ser simplesmente esquecido.

A própria vítima do estupro já pediu para que a acusação fosse retirada, pois não aguentava mais a exposição, mas a Justiça dos EUA disse que Polanski precisa se entregar e solicitar a anulação do caso.

Não sei dizer o que seria correto nesse caso, mas, mesmo trinta anos depois, um crime dessa natureza não pode ser simplesmente deixado de lado.