domingo, 8 de maio de 2011

Nosso pequeno Congresso

No vácuo do Poder Legislativo, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela equiparação de direitos entre as relações homossexuais e heterossexuais. Isso quer dizer que, na prática, o casamento civil homossexual passa a ser aceito aos olhos da Justiça.

A lição política que tiramos desta decisão é que o Congresso Nacional, quando tratando de temas polêmicos, amedronta-se e se cala, transferindo a responsabilidade para o Poder Judiciário. Diversas vezes tentaram-se passar projetos para legislar sobre a situação de união civil estável entre pessoas do mesmo sexo, mas estes nem chegavam ao plenário para votação.


Agora o Ministro Ayres Britto coloca os pingos nos is e avisa que o Legislativo não poderá mais se omitir da questão. Cabe ao Congresso Nacional terminar o processo iniciado pelo STF e criar a Lei que regulamenta este tipo de relação. Será que nossos parlamentares continuarão a se apequenar, calados e amedrontados?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A morte do bicho-papão

O espetáculo está terminado. Dez anos, duas guerras e trilhões de dólares depois, os Estados Unidos afirmam ter matado Osama Bin Laden que, diferentemente da criatura primitiva que habitava cavernas, estava confortavelmente instalado numa mansão no Paquistão.

Ontem, Obama mostrou sua cara triunfante ao mundo para dizer que a inteligência estadunidense havia funcionado e que haviam conseguido matar o maior inimigo de seu país, o Goldstein contemporâneo, o bicho-papão. Ontem, olhei para Obama e vi George W. Bush.

Muito provavelmente Osama tramou e ajudou a executar os ataques ao World Trade Center. Mas onde estão os outros, responsáveis indiretos pelo ataque como o Departamento de Defesa, o ex-presidente e todos aqueles que permitiram, por incompetência, conivência ou cumplicidade, que os Estados Unidos fossem atacados em seu território continental?

Obama ontem vendeu uma ilusão: a de que os Estados Unidos venceram o terrorismo. Ele se esqueceu de dizer que o maior terrorismo contra o povo estadunidense quem faz é o próprio país.