sexta-feira, 24 de julho de 2009

Que situação, Lula!

O Presidente da República encontra-se, hoje, numa situação muito delicada e desagradável: a necessidade de apoiar o presidente do Senado para manter o apoio do PMDB.

Lula encotra, talvez, o momento mais crítico de sua segunda administração, passados os escândalos que envolveram seu primeiro mandato. José Sarney, o ex-presidente que entrou para a história como a administração mais catastrófica da Nova República deixando uma inflação anual de quase 1.800% e um déficit crescente, parece ter perdido uma grande oportunidade para limpar, ou pelo menos melhorar, sua imagem perante a memória do Brasil.

Se houvesse extinguido as diretorias como prometera, se houvesse enxugado os gastos do Senado... enfim, se ele não fosse José Sarney. Mas o vício é uma praga e as práticas ilícitas e mesquinhas já estão tão arraigadas no sangue do Barão do Maranhão que ele não sabe ser diferente. Não sabe e não quer.

Enquanto isso, Lula fica se humilhando, dando entrevistas constrangedoras, defendendo bandidos com pesos e medidas diferentes porque teme o PMDB. Sem seu apoio, o governo não aprova nada no Congresso. Sem seu apoio, Dilma perde muita força na corrida presidencial de 2010.

A questão é: será que vale todo esse desgaste? Porque por aqui, nós já estamos cansados.

terça-feira, 21 de julho de 2009

F2: a lição não aprendida

Ontem um acidente matou um jovem piloto na Fórmula 2, categoria recriada este ano para servir como feeder da Fórmula 1. Henry Surtees, de 18 anos, era filho do multicampeão John Surtees e sofreu um traumatismo craniano quando uma roda soltou-se de outro carro e atingiu seu capacete.

Parece que a FIA não levou para suas categorias de base uma lição aprendida a um custo muito alto, que foi a morte de Ayrton Senna. Foi necessário que o tricampeão brasileiro morresse para que algumas medidas de segurança fossem tomadas para proteger os pilotos.

Uma delas teria salvado Senna: a obrigatoriedade de cabos de aço prendendo as rodas ao carro mesmo após a quebra da suspensão. Como se pode ver no vídeo abaixo, parece que na F2 essas correntes não servem para nada. Note-se que tanto a roda do carro de Jack Clarke quanto a de Surtees se desprendem do carro. Faltou controle de qualidade?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ford Pinto com asas

Alguém se lembra do Ford Pinto? Parece que ganhou asas e mudou de forma, mas ele ainda existe. Explico: o Ford Pinto era um carro que entrava em combustão facilmente devido a sua arquitetura, que permitia, no caso de uma colisão frontal a 40km/h, que o combustível vazasse sobre o diferencial, causando ignição e, frequentemente, matando todos os seus ocupantes. Para a Ford, indenizar suas vítimas em vez de fazer um recall de todas as unidades representaria uma economia de mais de US$ 80 milhões

Hoje, a Airbus é uma das maiores fabricantes de avião do planeta, rivalizando em vendas com a Boeing. Entretanto, o índice de acidentes com suas aeronaves é bem mais visível do que o de seu concorrente.

Não faltam análises para identificar as causas, que parecem estar em desde a arquitetura dos aviões até problemas de controle com o piloto automático. No acidente com o voo 447 da Air France, a causa mais provável é uma falha no sensor de velocidade, que teria permitido que o avião voasse a uma velocidade acima daquela que sua estrutura suporta. O acidente em Guarulhos com o voo da TAM número 3054 foi causado, em parte, por um problema de software, que acelerou o avião no momento de seu pouso. O voo 72 da companhia australiana Qantas fez um pouso de emergência e deixou 112 feridos, alguns em estado grave, por falha no piloto automático.

Esse conjunto de "fatalidades" não pode ser coincidência. Parece que também é mais fácil lidar com perdas humanas do que reprogramar a aeronave para a multinacional francesa.