sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O Proer e a estatização dos bancos

Em meados da década de 90, o governo criou o Proer – Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional – para evitar que os bancos quebrassem e levassem consigo seus investidores. O Proer permite que o Banco Central intervenha nas instituições financeiras que entraram em crise a partir do fim da inflação – o que acabou com os lucros desvairados que tinham – evitando um colapso do sistema financeiro.

Dezenas de bilhões de reais foram gastas pelo governo desde então para sanear bancos falidos, normalmente devido a corrupção e a uma série de operações ilegais que eram mascaradas pela inflação de outrora. O dinheiro saiu das reservas do país e muitos dos criminosos passaram como meros incompetentes.

O saneamento era fundamental para manter a economia funcionando, pois um colapso do sistema geraria uma corrida aos bancos e quebraria o país. Mas, uma vez saneado o banco, qual era a melhor coisa a fazer com a instituição? O governo achou melhor passar o Banco Econômico para o Excel, que também quebrou e foi incorporado pelo Bilbao Vizcaya, o Nacional para o Unibanco e o Bamerindus para o britânico HSBC. E o dinheiro que foi investido para saneá-los? Nunca retornou aos cofres públicos!

O que fazem estadunidenses e ingleses com suas instituições que quebram? Pagam suas dívidas, evidentemente, mas transferem o controle para o governo. Ou seja, países liberais estão intervindo na economia e estatizando seus bancos para não absorverem o prejuízo sem uma contrapartida.

Em minha opinião, o governo FH e o Banco Central de Gustavo Loyola, Gustavo Franco e Armínio Fraga, cometeram um crime de lesa-pátria, despejando nossas reservas a fundo perdido. Não seria mais honesto incorporar os bancos falidos e suas carteiras ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal?

Atualização em 23/10/2008

O Governo Federal autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem bancos que tiverem problemas financeiros.

9 comentários:

  1. As críticas mais uma vez não procedem

    Durante mais de 10 anos o PROER foi criticado ao usar o depósito compulsório dos próprios Bancos (e nao dinheiro do tesouro nacional) para eliminar os títulos podres do Mercado (juntamente com os donos desses bancos - esses sim foram castigados e perderam seus bancos) e proteger seus depositantes. Foi a operação mais profissional e inteligente já feita neste país. Novamente - A despesa foi paga pelos próprios bancos através do depósito compulsório. Os PTralhas recusam-se a entender do assunto ou não consegue, por ser muito complexo para suas inteligências.

    Operações feitas no Japão e aqui mesmo no Banco do Brasil foram infinitamente mais custosos e neste sim usado dinheiro do tesouro nacional.

    Estava me lembrando do CASO SALVATORE CACCIOLA e dos BANCOS MARKA E FONTE CIDAM. Nesse caso o Banco Central vendeu dólares mais baratos para socorrer esses Bancos por temer um perigo iminente de quebra bancária. O Banco Central foi muito criticado e seu Presidente (que nao me lembro o nome) foi defenestrado e condenado pela opinião pública.

    Agora querem dar poderes ao Banco Central justamente para ajudar a Bancos com problemas de liquidez. Agora pode?



    O Tsunami ( e nao marolinha do Lula) está chegando. Já acabou com os rendimentos das Bolsas dos últimos 3 anos, seja de brasileiros ou investidores estrangeiros. Como dizia o cômico Raul Solnado: Aqui era um mar de flores. Agora está chegando a conta do Florista.O pior é o Pre-sal que com o preço do Petróleo a US$ 80, virou mico preto. O lula estava contando com o ovo no c.u. da galinha...

    ResponderExcluir
  2. Caro Luiz,
    o compulsório dos bancos não pertencia aos bancos, mas a seus clientes, ou seja, os depósitos passaram a ser fictícios. Quem cobriu esse prejuízo?

    ResponderExcluir
  3. Conforme voce concorda foi dinheiro privado e nao dinheiro público como voce afirmou.

    Flavio, voce deveria se aprofundar nesse assunto e não ficar repetindo os falsos argumentos dos PTralhas.

    Os títulos bons foram revendidos os podres foram cobrados na medida do Possivel. O principal é que os donos dos Bancos Infratores perderam os Bancos e foram punidos pela Justiça. Você não sabia. Se estão soltos é porque nossa Justiça é uma M... Estao tão soltos comos os corruptos do atual governo, os mensaleiros, sangue-sugas, os aloprados, enfim todos.

    ResponderExcluir
  4. Flavio,

    Leia um pouco mais a respeito sobre o Proer na Wikipédia que me parece ser uma entidade isenta.


    http://pt.wikipedia.org/wiki/Proer


    Um resumo do que eu disse nos meus comentários no Estado Crítico e do que está na Wikipédia:

    1) Foi usado dinheiro privado dos próprios Bancos (depósito compulsório) e não dinheiro público. O prejuizo não foi estatizado e sim pago pelos proprios bancos.
    2) Os proprietários dos Bancos com problemas perderam seus patrimônios e foram condenados pela Justiça. Se estao soltos como os corruptos do mensalao e aloprados é por culpa de nossa Justiça.
    3) Os depositantes dos Bancos não perderam seus valores
    4) O custo mesmo pago pelos bancos foi bem abaixo de casos semelhantes na América Latina e em paises desenvolvidos,

    Seguem palavras de José Baía Sobrinho, presidente do Banco Pontual:
    "No Brasil, entre 1995 e 1997, o preço do ajuste alcançou 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), isso já incluindo o caso recente do Bamerindus. É um valor bem abaixo do que se registrou em vizinhos nossos sul-americanos ou mesmo em países desenvolvidos. No Chile, por exemplo, o custo foi de 19,6% do PIB em 1985. Na Argentina, em 1982, de 13%. Para sairmos da América Latina, basta ver os números em países como a Noruega ou os Estados Unidos. No primeiro, entre 1988 e 1992, gastou-se 4,5% da riqueza nacional. Nos EUA, o buraco, em 1991, chegou a 5,3% do PIB. Essas nações não dispunham de instrumentos similares ao Proer, que é uma invenção nossa, muito bem elaborada, barata e que vem dando certo."

    ResponderExcluir
  5. Sensacional mais uma vez o texto Flávio ! Que bom um ponto de lucidez crítica, num país tão carente de uma oposição competente aos atos irresponsáveis de nossos governantes.
    É por causa de coisas como o que aconteceu com essa salvação aos bancos, feita no Governo Fernando Henrique, que nós, brasileiros, somos obrigados a trabalhar 4 meses por ano apenas para pagar impostos ! São esses impostos que geram os fundos para esses disparates governamentais. Então, pelo que entendi, após o saneamento dos bancos, estes foram praticamente "doados" às multinacionais do sistema financeiro ? É uma pena que nesse país, não exista oposição competente que possa se contrapor a absurdos como esse. E obrigado por esclarecer mais essa manobra político-econômica obscura ocorrida na história do Brasil. Enquanto isso, vamos trabalhando 4 meses por ano para que nosso governo possa cobrir roubo de banqueiro e depois fazer tais generosas doações às multinacionais. Ah se nós, simples brasileiros, pudéssemos participar de mamatas assim. Negócio assim, nem de pai pra filho ! Abraços !

    ResponderExcluir
  6. Ora ora, "depósito compulsório" feito pelos próprios bancos... e a quem se espera que os bancos repassem os custos de tal depósito compulsório ? Ao pobre cidadão utilizador do sistema bancário. Creio que os bancos não deixaram de ganhar um tostão. Apenas nós mesmos é que passamos a contruibuir compulsoriamente para mais um dos fundos sem fundo desse país.
    Cadê as melhorias na Saúde após 10 anos de contribuição de CPMF destinada à um suposto fundo para melhoria do sistema de saúde ? Foi tudo desviado e o que se vê é a mais pura ruína do sistema de saúde, como sempre. Quem vai responder pelo desvio do dinheiro da saúde ?
    O correto, voltando ao assunto dos bancos, é que os mesmos não tivessem sido "doados", (quero frisar bem esse termo), para os bancos multinacionais, após o saneamento dos rombos. Como o Flávio disse, o correto era que esses bancos tivessem sido absorvidos pelos bancos nacionais(Caixa, BB, BC). É muito fácil fazer "caridade" à multinacionais, com dinheiro do contribuinte. Pelo que entendi, essa é uma diferença fundamental entre o saneamento que será feito nos EUA e o que ocorreu aqui no Brasil.
    É porque a mentalidade brasileira é sempre de que o que temos aqui não vale nada se não passar para as mãos de estrangeiros. São eles que resolverão os problemas do Brasil. Talvez no fundo, se pense que nas mãos de brasileiros a economia não vingue, porque somos todos corruptos. Mas nós, cidadão, em nossa maioria, não somos curruptos. E sim os tristes governantes que chegam ao poder, em função desse sistema eleitoral deturpado que aqui temos. Onde já se viu o voto ser uma obrigação e não um direito ? Só aqui. Abçs

    ResponderExcluir
  7. É por isso que não gosto de responder a perguntas e argumentos dos Ptralhas. Os argumentos que usam são ideológicos e infantis e não têm lógica. Não adianta sequer apresentar FATOS CONCRETOS.

    Vou fazer minha última tréplica:

    A sugestão de vocês é estatizar os Bancos Infratores e com títulos podres. Isto significa SOCIALIZAR O PREJUIZO, isto é, que todos os Brasileiros paguem pela infração de uns poucos culpados. A Beleza do PROER é que quem pagou os prejuízos foram os Bancos Infratores, cujos donos PERDERAM SEU PATRIMÔNIO E FORAM CONDENADOS PELA JUSTIÇA.

    A Sugestão de vocês foi feita nos Bancos Federais e Estaduais, como o Banco do Brasil e Banespa. A Despesa do dinheiro público foi cerca de 10 vezes maior que o PROER. Este Prejuízo sim foi Socializado e que está pagando até hoje somos todos nós através dos Impostos. E os culpados pelo prejuizo que foram os apaniguados dos governos durante mais de 30 anos ficaram impunes.

    Curiosamente nenhum Ptralha toca nesse assunto. Por que será?

    Mas aos poucos o Governo Lula vai entendendo e mudando seus argumentos. Ao contrário de toda a propaganda de 30 anos contra inclusive o Plano Real, Lei da Responsabilidade Fiscal, Constituição de 88, etc. etc., hoje adota a cartilha econômica dos governos anteriores e timidamente alguns até elogiam o PROER. Vai levar tempo, mas algum dia vocês consigam entender nossos argumentos.

    Uma última coisa, vocês poderiam perguntar, porque nos EUA, Europa e Ásia não foi usado o PROER já que eu digo que foi mais profissional e inteligente? Simples, é que nesses países não existe o Depósito Compulsório como no Brasil. Dessa maneira estão tendo a contra-gosto obrigados a usar o dinheiro público e quem vai pagar são os contribuintes através de impostos, inflação e recessão Mundial. E que ao contrário do que diz o sapo barbudo não vai ser uma marolinha, mas será um Tsunami que vai respingar em Todos os Emergentes, inclusive China e Brasil

    ResponderExcluir
  8. Talvez eu esteja fora do tempo, porém, pode ser que alguns lembrem de um tal Jose Baia Sobrinho, da Febraban. Não sei se tal personagem ainda vive. Se alguém foi escorchado (como eu fui) por êste abutre, por favor relate aqui, ou após tantas maldades e piratarias êste sujeito pode sair livre de consultar sua consciência que é mais horrenda que as catacumbas de Roma. No entanto, esta é uma oportunidade às vítimas para que falem e mostrem quem é êsse canalha. Vejo que o Sr.Armony é jornalista político e pensei que talvez êle possa interessar-se em saber mais dêste covarde Ali Babá de quermesse. Se os Srs. leitores tiverem histórias de experiências vivídas, onde fique evidente o papel dêste sujeito, que agiu como capacho de bancos e pirata de pequenos e médios empresários. Freqüentemente histórias de pilhagens promovidas por bandidos do governo e de entidades "associadas" perdem-se no ar, pois as pessoas envolvidas fazem de tudo para que não se alcance nenhum dos responsáveis.Sei que se formos em busca da biografia dêste filibusteiro encontraremos patranhadas ,políticas, financeiras ,e toda a sorte de roubo "legal" ou "lícito". Hoje ,estou velho e sei que não é só o trabalho que nos traz benefícios. Sim, trabalhemos duro mas devemos cuidar para que o fruto de nosso trabalho não seja pilhado por instituições montadas e protegidas pelos poderes públicos, das quais se valem os meliantes como êste Senhor. Muitos anos atrás, crédulo e tolo, escrevi-lhe longa carta, onde explicava a situação em que nos encontrávamos( pequenos e médios empresários aqui de Curitiba e região).Jamais recebemos qualquer resposta. Muitos perderam tudo. Alguns recuperaram-se. E êste ciclo de pilhagens se repete em nosso país. Acompanhei as notícias que encontrei a respeito do Sr.J. Baia Sobrinho nestes anos passados. Jamais encontrei algo que evidenciasse que ele havia mudado, ou seja deixado de ser um abutre. Menos ainda qualquer menção a fatos dos quais ele pudesse orgulhar-se. Talvez tenha se orgulhado dos males ao narrar suas inumanas histórias a gente da sua laia.
    Peço perdão àqueles que lerem esta, pelo desacordo ortográfico, mas quando estudei português, nos idos de 1960, foi na “ Novíssima e Moderna Gramática da Língua Portuguesa. Não pretendo mudar.
    Obrigado. L.G.R. Santos

    ResponderExcluir