Os PIIGS representam, de fato, uma ameaça à economia da União Europeia. A nova doença dos porcos diz respeito à frágil economia de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, detentores das iniciais de mais uma sigla irônica na geopolítica e economia mundial (a lembrar: MAD – Mutual Assured Destruction, da Guerra Fria – e Nafta – North American Free Trade Agreement – o tratado de livre comércio da América do Norte), cuja economia passou a ser suportada pelos grandes europeus em nome da estabilidade do euro.
Para que a União Europeia funcionasse como desejado, era preciso que estes países se desenvolvessem o suficiente para não precisarem mais da ajuda de seus co-irmãos. Isso não aconteceu e, após a crise de 2008, a situação da maioria desses países se deteriorou. A bola da vez é a Grécia, país pouco industrializado e de baixa produtividade agrícola cuja maior parte do Produto Interno Bruto (75%) advém do setor de serviços. Seu déficit público, que seria tolerado até 3% pelo Banco Central Europeu, chegou a 12% do PIB e sua dívida ultrapassou a casa de €300 bilhões, o equivalente a 113% do PIB. Desde 2000, o saldo de sua balança comercial vem acumulando déficits crescentes.
Qual é a receita para sanar sua economia? A velha fórmula que combina corte de gastos com aumento de impostos. Essas medidas, que já deram errado aqui na América do Sul, não farão diferença alguma em termos estruturais; no máximo darão fôlego para os contribuintes alemães gastarem menos com seus vizinhos gregos por um tempo. Ou seja, podemos esperar que a crise se agrave em breve.
Para piorar, os alemães, cansados de sustentar a frágil economia suína, estão ameaçando expulsar a Grécia da Zona do Euro ou, como último recurso, ela mesma tirar o time de campo e ressucitar o robusto marco alemão.
Musical para dar o Tom
Há um dia
Aqui sempre fico sabendo de coisas que eu nem imaginava. Muito bom !
ResponderExcluirLarguei o jornal. Hoje, armonyzo-me com o mundo lendo este "blog".
ResponderExcluirE se o jornal logo, logo é matéria para enrolar peixe, este "blog", porque crítico, continua atual mesmo quando a motivação de uma ou outra postagem passou.
Grande abraço,
T.