terça-feira, 18 de maio de 2010

Desculpe, Marina, mas eu tô de mal

A incoerência política não é privilégio de José Serra, que não sabe o que fazer com o Banco Central, ou de Lula, que agora joga com seus antigos inimigos políticos. Um partido que era tido como de esquerda passou, de uns anos para cá, a fazer alianças muito duvidosas.

Desde o rompimento de Fernando Gabeira com o PT – e com Lula –, o Partido Verde passou a fechar com antigos antagonistas como o PFL, hoje DEM, e o PSDB, adotando, juntamente com o PPS do ex-comunista Roberto Freire, um discurso de oposição.

Marina Silva, pré-candidata do partido à Presidência da República, no afã de desfazer sua imagem de esquerdista radical, declarou que apoiava, com ressalvas, as privatizações feitas por Fernando Henrique Cardoso e utilizou uma justificativa que ultrapassa os limites da ignorância política: se Lula não as reverteu, é porque as aprova também.

Afinal, não é tão simples reverter uma privatização, uma vez que as ações já foram para o mercado e já trocaram de mãos inúmeras vezes – como as da Vale, provavelmente uma das ressalvas de Marina. Além disso, uma atitude radical como essa poderia causar insegurança para o mercado financeiro.

Mas Marina é apenas uma coadjuvante do processo eleitoral. Um voto de protesto daqueles que são esquerda demais para votar em Serra, mas não votam em Dilma porque estão decepcionados com o governo petista. Nada que vá fazer muita diferença na linha da História.

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