Sarkozy é quem está propondo agora, mas a idéia não é nova. A cada crise que surge, fala-se em reformar o sistema criado pelo
acordo de Bretton Woods após a Segunda Grande Guerra. O dólar foi escolhido como moeda-base para a economia mundial, o que, à época, fazia total sentido, visto que os Estados Unidos eram o país desenvolvido menos atingido pela catástrofe generalizada causada pela guerra.

Sessenta anos depois, a
dívida interna estadunidense chega à casa dos 10 trilhões de dólares (para maior impacto gráfico: US$ 10.000.000.000.000 ou 10
13) e a grande vantagem que sobra ao país é o fato de ser o fabricante do dinheiro usado para
lastrear as demais moedas. Seu
consumo ultrapassa de longe sua produção, o que torna o país um ralo para os recursos do planeta, inclusive os energéticos, tão escassos ultimamente.
O presidente francês está certo e o ministro da economia italiano, Giulio Tremonti, faz coro. O mundo tem, hoje, moedas mais fortes que o dólar, mas que não podem exercer esse papel devido ao acordo firmado em 1944. Por que não utilizar uma cesta de moedas, como o Euro, a Libra, o Dólar e o Iene? Por que não utilizar, com menor peso, moedas de países em desenvolvimento com economia estável, como os
BRICs?
O mundo precisa se reorganizar economicamente e essa crise é uma grande oportunidade. Podemos de fato tirar algo positivo disso tudo. Uma economia mundial lastreada não seria nada mal, além de, é claro, um mercado financeiro com regras mais rígidas, talvez algo que direcionasse o capital para uma economia produtiva.