Quando me disseram que Cristovam Buarque estava doente da cabeça, achei que era intriga da oposição, mas agora tenho minhas dúvidas. Contrariando a pequena expectativa criada pelo projeto do saudoso Clodovil Hernandes, que propunha a redução à metade do número de deputados federais, o ex-governador propõe a criação de sete novas vagas da Câmara para representar brasileiros que vivem no exterior.
Qual é o sentido prático dessa medida? Cristovam argumenta apenas que não há representação na Câmara para expatriados e que esse sistema existe em outros países. Segundo o TSE, há pouco mais de 130 mil eleitores registrados no exterior dentre três milhões de brasileiros que moram fora do país. Para se ter uma idéia, um partido precisa de mais de 400 mil votos para eleger um deputado federal em São Paulo.
O problema que deve ser resolvido é o da proporcionalidade. Se o maior estado do país precisa de tantos votos por deputado, Roraima, que tem menos de 250 mil eleitores precisa de menos de trinta mil votos por deputado. Isso quer dizer, na prática, que o voto de um roraimense vale o mesmo que o voto de treze eleitores paulistas.
Será que Cristovam está mesmo preocupado com representação?
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Há 4 dias
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