Alguém se lembra do Ford Pinto? Parece que ganhou asas e mudou de forma, mas ele ainda existe. Explico: o Ford Pinto era um carro que entrava em combustão facilmente devido a sua arquitetura, que permitia, no caso de uma colisão frontal a 40km/h, que o combustível vazasse sobre o diferencial, causando ignição e, frequentemente, matando todos os seus ocupantes. Para a Ford, indenizar suas vítimas em vez de fazer um recall de todas as unidades representaria uma
economia de mais de US$ 80 milhões

Hoje, a Airbus é uma das maiores fabricantes de avião do planeta, rivalizando em vendas com a Boeing. Entretanto, o índice de acidentes com suas aeronaves é bem mais visível do que o de seu concorrente.
Não faltam análises para identificar as causas, que parecem estar em desde a arquitetura dos aviões até problemas de controle com o piloto automático. No acidente com o voo 447 da Air France, a causa mais provável é uma falha no sensor de velocidade, que teria permitido que o avião voasse a uma velocidade acima daquela que sua estrutura suporta. O acidente em Guarulhos com o voo da TAM número 3054 foi causado, em parte, por um problema de software, que acelerou o avião no momento de seu pouso. O voo 72 da companhia australiana Qantas fez um pouso de emergência e deixou 112 feridos, alguns em estado grave, por falha no piloto automático.
Esse conjunto de "fatalidades" não pode ser coincidência. Parece que também é mais fácil lidar com perdas humanas do que reprogramar a aeronave para a multinacional francesa.