quinta-feira, 20 de junho de 2013

Não há líderes ou somos todos líderes

Eduardo Paes diz que quer se reunir com os líderes do movimento. Não há lideres, sabe ele muito bem, e se utiliza disso para tentar esvaziar a importância das manifestações quando é justamente isso que as torna tão importantes.

Quando há líderes, o jogo é fácil: negocia-se com umas três ou quatro cabeças e se arrefece o movimento. Quando as reivindicações são pontuais, mais fácil ainda: chega-se a um meio-termo. Mas não há líderes nem reivindicações pontuais. E essa é a beleza da coisa.


O que os ditos especialistas ainda não entenderam é como funcionam as redes sociais. Há multiplicadores, e aderentes, que frequentemente se tornam multiplicadores. Somos todos líderes.

E a grande dificuldade nisso tudo é entender o que está sendo reivindicado. Não adianta perguntar, ler os cartazes. É preciso se meter nas redes, procurar as mensagens, entender o que está deixando as pessoas mais indignadas. E os pedidos são de reformas estruturais, não de ações pontuais.

Não sei se os assessores da presidente, dos governadores e dos prefeitos estão preparados para isso. É impossível dizer para onde vai essa multidão que sai às ruas pedindo mudanças. O movimento pode crescer ou esvaziar, pode seguir forte até a Copa do Mundo, até as Olimpíadas, ou as pessoas podem cansar e se conformar com pequenas ações dos mandatários. Cabe agora observar quem tem a melhor estratégia.

5 comentários:

  1. E ele não sabe quais são os problemas? Rá rá rá
    Piada né?

    Começamos pelo óbvio da educação, saúde, segurança e miséria?
    Devemos falar dos aumentos exorbitantes, dos pedágios insanos e da medicância?
    Ou posso passar para buracos nas ruas, monopólio de empresas de ônibus e corrupção descarada?

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  2. 20/06/2013
    Exaustão
    BRASÍLIA - Condenados pelo Supremo têm mandato de deputado e, não bastasse, viram membros da Comissão de Constituição e Justiça.
    Um pastor de viés racista e homofóbico assume nada mais, nada menos que a presidência da Comissão de Direitos Humanos na Câmara.
    Um político que saíra da presidência do Senado pela porta dos fundos volta pela da frente e se instala solenemente na mesma cadeira da qual havia sido destronado.
    O arauto da moralidade no Senado nada mais era do que abridor de portas de um bicheiro famoso. E o Ministério Público, terror dos corruptos, é ameaçado pelo Congresso de perder o papel de investigação.
    A chefe de gabinete da Presidência em SP usa o cargo e as ligações a seu bel-prazer, enquanto a ex-braço direito da Casa Civil, afastada por suspeita de tráfico de influência, monta uma casa bacana para fazer, possivelmente... tráfico de influência.
    Um popular ex-presidente da República viaja em jatos de grandes empreiteiras, intermediando negócios com ditaduras sangrentas e corruptas.
    Um ex-ministro demitido não apenas em um, mas em dois governos, tem voz em reuniões estratégicas do ex e da atual presidente, que "aceitaram seu pedido de demissão".
    Ministros que foram "faxinados" agora nomeiam novos ministros e até o vice de um governador tucano vira ministro da presidente petista.
    Na principal capital do país, incendeiam-se dentistas, mata-se à toa. Na cidade maravilhosa, os estupros são uma rotina macabra.
    Enquanto isso, os juros voltam a subir, impostos, tarifas e preços de alimentos estão de amargar. E os serviços continuam péssimos.
    É por essas e outras que a irritação popular explode sem líderes, partidos, organicidade. Graças à internet e à exaustão pelo que está aí.
    A primeira batalha foi ganha com o recuo dos governos do PT, do PSDB e do PMDB no preço das passagens. Mas, claro, a guerra continua.

    Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha, onde escreve às terças, quintas, sextas e domingos. É também comentarista do telejornal "Globonews em Pauta" e da Rádio Metrópole da Bahia.

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    1. Formidável!!! Excelente!!! Não devemos deixar que qualquer organização se arvore de pai do movimento. Toda vez que um político fizer atos obscuros, movimento nele. Vamos ficar de olho no BNDES, pois se não ele emprega dinheiro meu, seu, nosso para "salvar" o pobrezinho do milionário ex-marido da Luma.

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    2. Brasileiro precisa perder a mania de achar que empresário é tudo safado... Ter empresários é bom para o País, caso contrário ficamos todos dependendo só do governo, que vocês criticam tanto.

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  3. Amadurece Brasil! Só reclamar não vale... Quem está disposto a viver a cidadania no dia a dia? Quem vai reclamar com o vizinho quando ele jogar lixo na rua? Quem vai denunciar o amigo que falsificar carteira de estudante pra comprar ingresso? Quem está pronto pra abrir mão das pequenas regalias do dia a dia em nomedo coletivo, em nome da sociedade?

    Quem está disposto a fazer um plano de desenvolvimento das cidades e do Brasil? Quem abre mão do próprio tempo para fiscalizar os governos de forma participativa? Quem participa de sindicatos, de subprefeituras, de associações de moradores de bairros? Quem participa das reuniões de condomínio onde moram?

    Fazer parte da hype é moleza. Difícil doar seu conforto por uma sociedade mais justa e melhor.

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