quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Como funciona o voto proporcional

Uma coisa que confunde os eleitores brasileiros é o voto proporcional. Existem três cargos legislativos que utilizam esse sistema para definir os eleitos: deputado federal, deputado estadual e vereador. O voto para senador é majoritário, ou seja, ganha quem tem mais votos.

Talvez essa seja a grande dificuldade do brasileiro: entender por que um deputado mais votado pode ficar de fora, enquanto um menos votado acaba eleito. A explicação é simples, mas vai de encontro à cultura política do país.

Em primeiro lugar, o eleitor não vota no candidato. Vota no partido ou coligação. Ou seja, a primeira coisa que é feita com os votos dos eleitores é a soma de todos os votos que foram para o partido ou coligação. Esses total contempla os votos nas legendas e os votos nos candidatos. Então descobre-se quantos deputados ou vereadores o partido ou coligação elegeu a partir do quociente eleitoral, ou seja, o número total de votos válidos dividido pelo número total de vagas. Isso significa que um deputado pode ser muito votado e, ainda assim, não entrar porque seu partido não recebeu o número suficiente de votos.

Em seguida, verifica-se, em cada partido ou coligação, a colocação dos deputados, do mais para o menos votado. Se o partido ou coligação tem direito a seis vagas a partir do número total de votos recebidos, elegem-se seis candidatos, mesmo que o último deles tenha poucos votos.

Este sistema chama-se "lista aberta", em que o eleitor faz duas escolhas em apenas um voto: qual o partido que deseja que o represente e, dentro deste partido, qual o candidato que condiz com sua opinião.

Para mim, este ainda é o melhor sistema. O que falta é explicar e educar o povo, que acaba por votar em um candidato e eleger outro sem saber que, na verdade, está votando num partido.

4 comentários:

  1. A matéria na revista Veja dessa semana menciona o voto proporcional e mostra a estratégia de alguns partidos para eleger seus candidatos, através de figuras como o Tiririca. Ao votar nele, sem saber, o eleitor elege figuras tradicionais da política brasileira.

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  2. Exatamente, Priscila. Daí a importância de divulgarmos o funcionamento deste tipo de voto, para que o eleitor não leve gato por lebre.

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  3. Flavio, 130 mil gauchos votaram inutilmente na Luciana Genro e ela não foi eleita por causa desse sistema. E sem "tiriricas" ou "eneas" na frente dela. Acho que deveria haver algum tipo de limite para impedir que isso acontecesse.

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  4. Henrique, o Lindberg passou por isso no Rio quando era do PSTU. Acho que o partido precisa se articular para, por meio de coligações, obter o quociente eleitoral. É claro que a Luciana é muito mais representativa do que outras pessoas que entraram, mas seu partido não é, tanto que não obteve o número mínimo de votos. Uma pena, ela faria um barulho bom.

    Sobre limites do sistema, não existe no mundo outro sistema que não seja de lista aberta ou lista fechada, alguma equação que misture o número de votos por candidato com o número de votos do partido. Seria interessante, mas não vejo uma forma matemática de fazer isso com justiça.

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