Nesta semana, li inúmeras mensagens descendo o malho em Luiz Fux, o novo Ministro do Supremo Tribunal Federal, por sua decisão adiando a validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2012. Nos jornais, a notícia era a de que Fux surpreendera a população com seu voto. Na internet, a palavra era "traição".
Mas Fux fez o certo: evitou a abertura de um precedente perigoso que, por mais que fosse ser usado desta vez a favor do eleitorado, poderia dar margem a futuras mudanças maliciosas. A questão toda é que, quando a Lei da Ficha Limpa foi votada, já não era possível alterar a Lei Eleitoral para 2010 dada a proximidade com as eleições. Imagine se, em julho de 2014, com as candidaturas prontas, os deputados resolvem mudar o sistema para lista fechada? Não haveria tempo para mudar as campanhas e explicar para o eleitorado seu funcionamento. E sempre se poderia usar 2010 como argumento para validar a alteração da Lei.
Fux defendeu a população fazendo algo que foi contra a opinião pública. Foi corajoso, arriscou-se a todo o tipo de hostilidade, mas manteve a coerência do sistema eleitoral brasileiro. E nós, eleitores, precisamos esperar apenas quatro anos (oito, no caso de senadores) para nos livrarmos dos bandidos que foram eleitos no ano passado. Considerando tantas décadas de luta no Brasil pela democracia, até que não é tanto.
Musical para dar o Tom
Há um dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário