sexta-feira, 10 de junho de 2011

Palocci: entre o ilegal e o imoral

Pode ser que Palocci esteja falando a verdade. Não há nenhum indício de que seu enriquecimento tenha sido ilícito, embora a velocidade com que isso aconteceu possa suscitar suspeitas. Mas o ilegal e o imoral têm muitas nuances em comum, especialmente dentro da política.

Palocci, ao deixar o governo Lula, virou um consultor valioso, assim como Gustavo Franco e André Lara Resende. Após deixarem o governo, os ex-presidentes do Banco Central cumpriram a quarentena prevista e aumentaram seus preços a partir do conhecimento adquirido no tempo de governo – atitude duramente criticada pelo Partido dos Trabalhadores. A diferença é que nenhum dos dois voltou para a política.

O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil fez pior. Enriqueceu, provavelmente fez contratos com cláusula de sigilo, e achou normal voltar para a política. Imoral. Palocci deveria ter feito uma escolha entre a vida pública e uma vida privada luxuosa. Quis ficar com os dois, não deu.

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