quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Humor?

É relativamente recente, no Brasil, o sucesso do humor de stand up, derivado dos programas mais informais da televisão, como o Pânico na TV e o CQC. Nesses últimos anos, novos talentos surgiram, uns mais, outros menos inspirados, mas o formato conquistou seu espaço e se consagrou.

Nessa informalidade, alguns humoristas se esquecem de que não estão numa mesa de bar com os amigos, liberados para falar qualquer grosseria que lhes venha à cabeça. O que parece acontecer é que eles ficam tão populares e tão acostumados a desmoralizar pessoas públicas utilizando o humor – e contra o humor não há argumento possível – que desenvolvem uma arrogância que os faz pensar que podem falar qualquer coisa e se livrar disso. E mais: que todos têm a obrigação de achar graça de suas piadas e que quem não acha é babaca.

Depois de falar que mulher feia deveria dar graças a deus por ser estuprada, Rafinha Bastos afirmou que Wanessa Camargo "está bonitinha grávida" e que "comeria ela e o bebê". A grosseria na televisão brasileira parece ter ultrapassado a barreira do mau gosto e chegado a uma questão, talvez, de desrespeito à lei, com incitação ao estupro e de extremo desrespeito às mulheres em ambos os casos.

Suspensão foi pouco. Rafinha Bastos deveria ser demitido do canal e afastado da televisão brasileira por um bom tempo para repensar seus conceitos de humor e liberdade de expressão.

9 comentários:

  1. É CLARO QUE ELE NÃO DISSE ISSO A SÉRIO! BABACA É QUEM ACHA QUE SIM! A INVEJA MATA! AFINAL, ELE É O RAFINHA BASTOS! E QUEM É ESSE FLÁVIO DAS COUVES?

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    1. Liberdade -e graça- não é tudo pode. Ela inclui, inalienavelmente, o respeito, coisa que vc e ele parecem não entender

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  2. Não há dúvidas de que ele não disse isso a sério. Se ele fizesse uma piada racista, não estaria dizendo a sério e poderia ser preso da mesma forma. Não é qualquer piada sobre qualquer coisa que pode ser feita. E aposto que ele está pagando o preço, pois duvido que empresas que precisam zelar por sua imagem o contratem para stand ups depois desse episódio todo.

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  3. Liberdade de expressão é liberdade de expressão. Se for pra por limites, liberdade controlada, perde-se liberdade. As pessoas que não entendem a piada dele como humor, apenas, deveriam rever seus conceitos. Se o humor foi de mal gosto ou bom gosto, ai é uma questão de sensibilidade pessoal. Se o humor dele não fosse bom, o Rafinha não teria a posição de destaque que tem. Sempre vai ter alguma coisa que vai ofender e deixar algum grupo especifico desconfortavel, tanto no humor, quanto na vida. É impossivel agradar todo mundo.

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  4. Apesar de não gostar dessa Wanessa Camargo, vc Flavio, mandou muito bem em sua opinião....Esse imbecil ai acima q te criticou, foi macho para isso mas não disse o nome...assim é fácil, atitude tão covarde como a de quem tem um microfone na mão e uma câmera apontada pra fuça e acha q pode falar o q pensa, porque tem milhões assistindo...mandou bem, tô contigo, repito, apesar de achar essa Wanessa Zezé, uma bosta, não precisava de uma manifestação vulgar e dispensável p um programa que se preze e um meio de comunicação de responsabilidade.....

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  5. liberdade de expressão só é alegada como desculpa pra ser preconceituoso, né, anônimo?

    e se fosse uma piada racista, como disse o flavio, estaria tudo bem? ele fazer alguma brincadeira com "preto safado, macaco, crioulo fedorento" e coisas do tipo? eu te respondo: racismo é crime, fizesse ele isso, saía da emissora algemado direto pra cadeia.

    qual o propósito de uma piada q só reafirma preconceitos? qual é a graça? cadê o inusitado? cade a crítica, sutil ou não?

    não se pode reduzir a questão ao fato de gostar ou não da wanessa camargo (não gosto), de ela realmente estar bonita e atraente (deve estar), de ele sentir desejo por ela (GUARDASSE essa informação para si mesmo).

    da mesma forma, se ele diz q estupro é uma oportunidade de fazer sexo pra mulher, ele pode até não pensar isso (será? qm vai saber oq ele pensa?) mas é oq ele está externando. pior: dizendo isso pra milhões de telespectadores, a maioria homem, muitos deles ainda crianças e adolescentes. taí (de)"formando opinião".

    pq fazer piada banalizando estupro se já HÁ uma cultura do estupro no mundo todo, já é um crime banalizado, já é considerado ponto pacífico q "pode acontecer com qualquer uma"?
    me reporto a esse post http://naoprecisagritar.blogspot.com/2011/10/basta-rafinha-bostas.html

    dizer q "n se pode agradar a todos" é fácil, qd vc não é um grupo vítima de piada: qd vc é homem, branco, hetero, magro... que nem o rafinha e todos os comediantes q estão por aí. coincidência? é claro que não.

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  6. Esta é a realidade de nossa nação, cujo cunho cultural de irresponsabilidade, "incivilidade" e falta de respeito com o próximo é premiado com risos e gagalhadas de imbecis insencíveis, ainda que não a maioria, mas que fazem parte desta população inerte que aceita tudo e nada faz para melhorar seu próprio nível de interação com o próximo e consigo mesma. Esse camarada, certamente, faz parte de um conjunto de ações programadas para desestruturar o equilíbrio necessário à nossa própria sobrevivência como raça humana!
    É a instalação do próprio "Caos" nas nossas relações com o próximo. Mesmo com a punição, muito branda por sinal, nossos meios de comunicação estão totalmente equivocados e vendidos a estas forças corrompidas que nos governam politicamente e que, certamente, estão por trás deste movimento todo.
    ATMAN

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  7. Cara, tem humoristas nos EUA que falam talvez até coisas piores que isso. Não estou defendendo o Rafinha e sua atitude, até mesmo porque se ao menos a piada tivesse sido boa, mas não concordo com todo essa polêmica que foi criado em cima, ele é um humorista, até onde sabemos existe liberdade de expressão.

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  8. Caro Flávio,
    Li sua postagem e concordo com você quando diz que é necessário que o comediante repense seus conceitos de humor e de liberdade de expressão.
    Ter liberdade de expressão não nos dá o direito de desrespeitarmos as pessoas. E humor, ainda mais na linha da proposta stand up comedy é bem diferente desse tipo de piadinha de péssimo gosto.
    Os brasileiros precisam rever conceitos e, em sinal de protesto, negar audiência a programas que vulgarizam e rebaixam a figura feminina, que desprezam os negros e propagam um cultura imperialista.

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