terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Ninguém é a favor do aborto

Não compreendam mal o título deste texto. É que eu acabo de ler uma matéria no Globo online contendo a seguinte frase sobre um filme patrocinado pela Fioruz: "Documentário é claramente a favor do aborto".

A imprensa faz isso com frequência: distorcer as informações que têm relação com o tema aborto. Vejamos no caso da Jandira Feghalli, uma conhecida ativista, por exemplo. Na reportagem do jornal O Globo do dia 18 de setembro, vemos a seguinte frase: "A candidata também negou que tenha defendido o aborto".

Para começar, essa é uma prática comum na imprensa: negar para afirmar. Para difamar um político, é só publicar: "Fulano nega ter desviado dinheiro". Sua imagem é destruída sem contar nenhuma mentira, bastando perguntar-lhe se ele desviou dinheiro. Em segundo lugar, eu ainda não conheci uma pessoa que fosse a favor do aborto.

A prática é violenta e traumatizante. Mas possivelmente é menos traumatizante do que abandonar um filho num orfanato ou, como acontece muito por aí, no lixo. É importante educar a população e fornecer métodos contraceptivos para evitar a gravidez indesejada, mas ela nunca vai deixar de acontecer por completo.

Dados do Instituto Alan Gutmacher informam que um milhão de abortos são realizados ilegalmente por ano no Brasil com centenas de mortes relacionadas a abortos feitos sem as condições necessárias. Portanto, é absolutamente necessário descriminar o aborto e é isso que os ativistas defendem, e não a prática do aborto em si. É uma questão de humanidade e de saúde pública.

7 comentários:

  1. Eu não tenho uma opinão formada sobre o aborto.

    MAs acho que uma idéia legal, seria informar a poupalaçãoaonde deixar a criança, rede de pssoas que adotariam uma criança, que não seria crime nenhum deixar o fiho a porta de um orfanato ao invés da lixeira. Ates da prática em si, do aborto, existem, talvez soluções das quais uma mã deseperade desconhece por puro medo social.

    abracocabeca

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  2. Concordo plenamente com sua matéria, se o aborto fosse finalmente legalizado muitas situações constrangedoras não aconteceriam. Pena que os políticos usam o tema para manipular votos e a igreja para ganhar adeptos. Eu sou a favor da legalização.
    Se seguirmos a opinião do abracocabeca voltariamos para épocas passadas e superadas onde as mulheres tinham seus filhos arrancados e abandonados na igreja, orfanato ou convento, com a única diferença,ela deixaria de livre e espontanea vontade. Isso não é educar a população, homens e mulheres, seria mais facil ter horas de prazer e o fruto da irresponsabilidade ser jogado para os outros criar. Não esqueçamos que as maiores procuras são para bebês, branco, cabelo liso, olhos claros, o restante vai ficando. Ainda existem familias que passam pelo preparatório para adotar e quando chega na hora não é nada daquilo que eles demonstraram para o psicologo ou para a sociedade visto o grande numero de pedofilos.

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  3. A grande quantidade de abortos ilegais é uma consequencia de uma série de erros e omissões do governo:
    1) Não legalizar o aborto.
    2) Não dar uma educação sexual decente aos adolescentes
    3) Omissão em orientar adolescentes e adultos na prevenção da concepção de filhos indesejados.
    4) Não limitar a ação da Igreja em um assunto que tem diz mais respeito a saúde pública. O governo brasileiro é laico na sua Constituição.
    5) O governo dá maior prioridade a sobrevivência de fetos a sobrevivência da parturinte.

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  4. Concordo com a Mônica e com o Luiz.

    No dia que não existir mais hipocrisia no Brasil, o aborto será legalizado.

    Não basta legalizar, a lei teria que diferenciar a menina que ficou grávida ao ser violentada, da mulher que ficou grávida com uma relação sexual normal e apenas não quer assumir a responsabilidade dos seus atos...

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  5. Bem, o aborto é legal na maior parte da europa, e na França, desde 1975...
    Será mesmo o aborto tão "ilegal"?
    Mari

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  6. Me pareceu bem clara a importância da educação escolar para a difusão de informações sobre métodos contraceptivos.
    Um indivíduo consciente dos problemas que uma gravidez não desejada poderia trazer, a evitaria na medida do possível.
    No plano ideal tudo parece tão simples, daí para tornar-se concreto é que percebemos o poder da informação e a cobiça gerada nos atores responsáveis por sua manipulação.
    Me parece que esperar a solução "vinda de cima" através dos três poderes não me parece adequada, pois só deixa o governo ainda mais fortalecido no controle das políticas públicas que perpetuam e beneficiam as classes dominantes, notórias por sua baixa natalidade e excelentes condições materiais. Para esses abonados estão a disposição no mercado os veículos blindados e a segurança privada, que lhes proporcionam a ilusão de estarem a salvo dos fetos que atingiram (ou não) a maioridade penal.

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  7. Quanto comentário sem noção! Legalizar o aborto é inconstitucional, sem mencionar os lados moral e religioso sobre os quais, apesar de negarmos, nossa sociedade está assentada. Ademais, as estatísticas são impressionantes, logo, duvido. Se a Igreja usa o tema do aborto para ganhar adeptos (também duvido, pois a doutrina é muito mais antiga do que qualquer polêmica moderna sobre o tema), sra. Mônica, significa que os futuros adeptos concordam com a visão da Igreja, ou seja, o aborto continua imoral e inconstitucional. Outro detalhe: sendo favorável ao aborto, devemos ser, por lógica, favoráveis à pena de morte. A quantidade de abortos ilegais é uma conseqüência de decisões erradas de muitas pessoas - decisão errada de gravidez, decisão errada para o aborto (duas decisões erradas). Exigir que o governo (leia-se: sociedade: eu, tu, ele, nós...) seja responsabilizada é uma sacanagem - maior sacanagem com o próprio feto, coitado, que não teve como escolher o ventre. O aborto é legal na França desde 1975, porém, a bela França somente aboliu a pena de morte em 1981! Pensemos, pessoal: a onda de jovens grávidas inicia-se, justamente, com a educação sexual nas escolas!!!! Não é mera coincidência! Um abraço a todos.
    Rafael.

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