quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Uma vitória histórica

Quando na segunda temporada de 24 horas David Palmer apareceu como presidente, achei até graça. O mundo acabaria antes dos estadunidenses elegerem um presidente negro. Permaneci com minha opinião durante as primárias e até quando Obama foi oficializado candidato. Fico feliz em ver que estava errado.

O que aconteceu ontem nos Estados Unidos é mais do que uma novidade: é uma mudança de atitude do povo americano, uma diminuição no conservadorismo wasp e yuppie, e um claro indicador de que o racismo vem diminuindo consideravelmente – e deve diminuir mais caso o presidente eleito faça uma boa administração. Barack Obama é negro de origem muçulmana, leva Hussein em seu sobrenome e está bem à esquerda do que os estadunidenses estão acostumados.

O voto pela mudança teve mais de um motivo. Além da crise econômica, que estourou na mão dos republicanos, com uma perspectiva alta de desemprego e recessão, houve o fator Sarah Palin, um tiro no pé dos republicanos. A candidata a vice passou toda a campanha se explicando, ficou com a pecha de corrupta e radical de direita. Se alguém tinha medo do que Obama era capaz de fazer, o medo de Palin era maior. E assim McCain perdeu a eleição, para o bem dos EUA e do resto do planeta.

Podemos esperar grandes mudanças na política externa e interna dos Estados Unidos, com a diminuição do favorecimento às indústrias bélica e petrolífera, aplicação de dinheiro no desenvolvimento econômico, um enfoque mais ecológico da indústria, entre outras medidas. Resta agora descobrir se elas serão executadas com competência.

8 comentários:

  1. O vice-presidente dele é um especialista em política externa, pelo menos esse canal de comunicação estará sujeito a menos "ruído".

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  2. O governo do Obama não vai ser tão diferente assim, não vai ser nada revolucionário. O fato de ele ser negro, apesar de animador, na prática não vai fazer nenhuma diferença. Ele é um negro com idéias iguaizinhas às dos brancos democratas que o precederam. A cor da pele, na verdade, é um detalhe dos menos importantes. A única certeza é que será melhor que o Bush, até porque pior impossível.

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  3. Para início de conversa, sem querer insinuar e já insinuando, será que os conservadoristas deixam ele chegar até o final do mandato?
    Para fim de conversa, ainda mais se não tocar conforme a banda das indústrias do petróleo e da guerra.
    Aláh salve Obama!

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  4. Ñ esquecer do fator Bush. Basta ver como McCain se descolou dele, e como ele se manteve afastado da campanha republicana. Sim, ele foi educado em Harvard, mas só quem é diferente sabe como é. Basta assistir ao documentário Blue Eyes. Ñ se pode esperar revoluções nos EUA, mas o foco será diferente, muito diferente. Já q ñ tivemos Gabeira, Obama nos satisfaz.

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  5. O GNT apresentou hoje uma biografia de Obama - talvez mais fast-food do q a antes veiculada pela CNN, mas ainda interessante. Parece q Obama meio q planejou toda sua trajetória. Bem, a história é escrita pelos vencedores... Mas até agora todos os seus passos têm sido isentos de rompantes ou emoções transbordantes. Talvez o Palmer de 24 h já refletisse Obama. Q nenhum Jack Bauer sanguinário atrapalhe.

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  6. Que curioso... Alcancei este blog através do site do Olavo de Carvalho... Mais misterioso que o manto de obscuridade que encobre TODA a trajetória política do Obama é o fato quetorne plausível o porquê deste post digno de um roteirista da "Malhação" ter sido acessado por lá... Enfim...

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